Brasília – Na véspera do anúncio do corte do Orçamento de 2017, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que não será trivial e simples a composição do relatório de avaliação bimestral de receitas e despesas. Depois de participar de evento no Conselho das Américas, o ministro antecipou que o governo não poderá determinar no Orçamento receitas que são apenas esperadas. Sem falar diretamente sobre as exigências do TCU sobre previsão de receitas, o ministro acabou dando uma indicação de qual será a estratégia do governo no corte.
“Vamos analisar exatamente aquilo que é concreto. Existe uma diferença que vamos explicar bem. Uma coisa é dizer que esperamos arrecadar tanto de uma determinada ação. Mas muitas vezes, devido a determinações, não é possível colocar isso no Orçamento”, afirmou. Segundo ele, vai haver uma recuperação de receitas. “Tem a arrecadação prevista. Se não arrecadar, vai haver um corte maior Por isso, não é trivial como parece”, sinalizou, indicando que pode condicionar a necessidade de um corte maior à evolução das receitas, o contrário que vinha sendo analisado pela equipe econômica.
Meirelles reiterou que, se houver necessidade, haverá aumento de tributos e que o compromisso número um do governo é entregar a meta fiscal. “Vamos entregar a meta”, disse. A meta de déficit de R$ 139 bilhões nas contas do governo é bem menor do que no ano passado e muito melhor do que seria em 2017 caso a tendência de despesas continuasse. “Seria déficit de R$ 280 bilhões. Estamos indo bem. Estamos finalizando os cálculos sobre leilão de petróleo e gás, avaliando estimativas de resultado do novo programa de repatriação e procurando uma avaliação mais precisa do Programa de Regularização Tributária”, explicou. Meirelles disse que o corte será uma combinação do “possível” e que será fechado hoje (22).
O ministro comentou a melhora das suas previsões para o crescimento da economia. O ministro subiu para 2,7% a expectativas de alta do PIB no último trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. “O último trimestre é mais previsível”, disse ele, acrescentando que, até lá, a atividade econômica estará totalmente recuperada. Segundo ele, as posições sobre crescimento do Brasil em 2017 estão mudando muito. Não só para baixo, como para cima. Ele disse que analistas relevantes estão aumentando as suas previsões. “Tem muita mudança para melhorar”, afirmou (AE).
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