O adiamento, para fevereiro, da votação da reforma da Previdência, não implica a reabertura de negociações para alterar a proposta, disse ontem (14) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ele declarou que o governo discutiu apenas uma modificação pontual, mas disse que a equipe econômica não está disposta a fazer novas concessões.
Segundo Meirelles, a proposta atual, que introduz idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres com regra de transição e tempo de contribuição de 15 a 40 anos, resultará em economia de R$ 600 bilhões nos próximos dez anos. “Nossa ideia de fato é não reabrir negociações. Esse é um acordo geral, mas de novo, temos de respeitar a soberania do Congresso”, declarou. “Ouvimos [a sugestão], estamos estudando, fazendo contas. A ideia é que [a economia] não fique muito longo de R$ 600 bilhões em dez anos”.
De acordo com o ministro, o adiamento da votação para fevereiro dará tempo ao governo para fazer esclarecimentos à população em relação a pontos que, segundo ele, estão sendo mal interpretados ou veiculados erroneamente. Para Meirelles, a proposta atual não prejudica os trabalhadores mais pobres e procura reduzir privilégios. A nova data de votação permitirá ao governo explicar melhor à sociedade pontos da proposta que, na avaliação do ministro, promovem maior justiça e equidade entre os aposentados e pensionistas.
“Um aspecto importante é que aqueles que ganham menos, não têm carteira assinada e não conseguem se aposentar por tempo de contribuição hoje se aposentam por idade, aos 65 anos [60 anos para mulheres]. Com a aprovação da reforma, essas pessoas se aposentariam aos 55 anos, passando aos 56 e 57 nos anos seguintes até chegarem de volta aos 65 anos [62 para mulheres] depois de 20 anos”, explicou.
Meirelles informou que, na próxima semana, pretende reunir-se com representantes das agências de classificação de risco para explicar o adiamento da votação da reforma da Previdência. “A preocupação das agências é que, não votando agora, não se vota mais. De fato, seria uma preocupação, mas vamos esclarecer que não. Existe uma possibilidade concreta de votação em fevereiro. Essa será uma informação importante para as agências”, destacou o ministro (AE).
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