O assessor especial do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, disse que o calendário com que o governo trabalha para a aprovação integral da reforma da Previdência está mantido, mesmo com a expectativa de a divulgação das delações da Odebrecht retardarem o trabalho no Congresso. “Continuamos trabalhando com a aprovação integral no primeiro semestre”, afirmou. O governo aproveitou a divulgação do balanço da seguridade social, que apontou um rombo de R$ 258,7 bilhões, para rebater vídeos e argumentos contrários à reforma da Previdência, muitos divulgados em redes sociais.
Lima contestou as contas de entidades – como a Anfip – que afirmam que a Previdência é, na verdade, superavitária. De acordo com Lima, as contas da entidade não estão de acordo com a Constituição e incluem nas receitas renúncias com desoneração e valores desvinculados pela DRU, e por outro lado, excluem das despesas gastos com inativos e com ativos da área de Saúde.
“Eles inflam as suas receitas e reduzem a despesa retirando gastos que estão ancorados na Constituição”, afirmou. “Qualquer alternativa é uma forma de fugir do debate, especialmente por aqueles que são os mais afetados, que são os servidores públicos”. O Planejamento enviará o material com dados da seguridade social para deputados e senadores e municiará lideranças nas discussões da Previdência. “A reforma da Previdência não é dura, é necessária”, completou Lima.
O secretário de Orçamento Federal, George Soares, reforçou o argumento de que o aumento das despesas da Previdência se tornará insustentável ao longo do tempo. Entre 2000 e 2016, há um crescimento de 8 pontos porcentuais na participação das despesas do regime geral de Previdência na seguridade social. O Planejamento atribui o crescimento do déficit da seguridade social a um aumento no número de beneficiários, do valor dos benefícios e da longevidade. “Estamos incluindo mais pessoas, por mais tempo e com valor maior”, afirmou (AE).
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