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Franquias com modelos compactos são alternativas

em Manchete Principal
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Opções como quiosques, lojas para delivery e containers são viáveis para quem quer franquear seu negócio

Para quem quer dar um passo a mais na direção do sucesso do próprio negócio, franquear é sempre uma opção. Isso porque o franchising abre portas para maiores investimentos no futuro, além do fortalecimento de marca e presença em diferentes regiões. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento das franquias em 2023 atingiu o valor de R$ 240,6 bilhões gerados, um aumento de 13,8% em relação ao ano anterior.

Entre os modelos de franquias, um dos que mais se destaca é o compacto. Ainda segundo a ABF, no primeiro trimestre de 2024, as unidades de rua notaram um crescimento de 52% para 54,2%. Além disso, a presença em shoppings centers teve uma pequena queda, mas se manteve na segunda colocação do ranking da entidade durante o período, que avalia o crescimento trimestral de franquias em diferentes setores.

Para o consultor de franquias e especialista em varejo, Erlon Labatut, os bons números para os modelos se dão pelo interesse maior da população em empreender. Alguns chegam a guardar dinheiro para investir em uma franquia, mas não têm condições de adquirir uma tradicional. Logo, optam pelas compactas – como quiosques, lojas para delivery e containers, por exemplo, que são mais acessíveis se comparadas às demais.

– São casos de pessoas que saíram de um emprego ou que acumularam um certo recurso, seja por herança, seja por ganhos extras. Porém, muitas vezes esse valor não é tão grande para investir em uma franquia tradicional. A opção seria conseguir investir em modelos menores, e as franqueadoras, vendo essa possibilidade, fazem o movimento de reduzir o tamanho de suas operações – explica Labatut.

O especialista ainda destaca a opção por modelos menores como uma estratégia, que varia de acordo com o local onde a unidade será instalada. Para ele, as lojas devem conversar diretamente com o lugar em que elas vão ser inauguradas, o que se traduz em ganhos para a franqueadora, além de gastos menores.

– Podemos pegar como exemplo a Cacau Show, que hoje é a maior franqueadora do Brasil. Eles começaram a desenvolver modelos menores e mais acessíveis para quem quer ser franqueado, o que talvez não fosse possível com unidades maiores. Além disso, um formato tradicional da marca em uma cidade ou um bairro pequeno poderia não comportar esse modelo comum, mas sim um compacto. E isso vale para toda franquia – analisa.

Quem também está investindo em modelos mais enxutos de franquias foi Gisela Prochaska, CEO e fundadora do Stylebar – rede de salões de beleza pioneira no conceito de “easy beauty”. Segundo ela, o objetivo é expandir os serviços a regiões remotas e que não possuem algo semelhante ao trabalho da marca, também conhecida por seu estilo express, em que as clientes ficam prontas em menos de uma hora de cuidados.

A ideia de optar por estes modelos conversa com o que Labatut explica, uma vez que o objetivo é investir em locais em que a presença do negócio não é forte – como no interior de São Paulo, onde a franquia enxuta faz mais sentido.

– Nosso público alvo é o mesmo. Contudo, poderemos chegar ainda mais longe, seja em lojas de shopping, seja em cidades do interior. Com o modelo, iremos expandir o que já construímos, levando beleza e praticidade para muitas outras mulheres – afirma a CEO da marca, que aproveita a oportunidade de mercado para migrar para o interior, uma vez que cidades menores carecem de serviços diferentes.

Outro que também observou a chance de empreender a partir de modelos mais acessíveis foi Lucas Muller, dono do Sirène, maior rede de fish and chips do segmento. Quando decidiu criar a rede, optou por formatos enxutos, como trailers e containers, e só com a marca consolidada no mercado que expandiu para uma operação mais completa, semelhante a um restaurante.

– Esse tipo de operação é muito mais atrativo para quem quer abrir um negócio. Você reduz drasticamente o investimento inicial com espaço e equipe, que são dois dos principais custos operacionais de um bar ou restaurante. Com isso, o prazo de retorno do investimento é muito menor, garantindo mais segurança para o empreendedor – aponta Lucas.

Além de ser uma entrada para o franchising, Labatut verifica ainda que a escolha pelo modelo é também uma alternativa para a dificuldade de mão de obra nas franquias. “A necessidade de ter uma equipe grande é uma objeção para muita gente que vai começar o negócio. Com os modelos enxutos, dá para tocar a operação com a família ou com poucos funcionários”, completa.