O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 22 pontos em um ano ao fechar dezembro com retração de 4,5 pontos em relação a novembro. Com a retração de novembro para dezembro, o índice atingiu 61,4 pontos, o segundo menor nível da série iniciada em março de 2010. Em dezembro do ano passado, na série dessazonaliza, a confiança do comércio estava 85 pontos.
A queda acontece depois de o indicador ter fechado novembro com alta de 4,6 pontos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Neste segundo semestre do ano dos seis resultados aferidos pela FGV, o Índice de Confiança do Comércio registrou cinco resultados negativos. O único onde houve aumento da confiança foi exatamente o de novembro (4,6%), que interrompeu uma sucessão de resultados negativos.
Na avaliação do superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV, Aloísio Campelo Jr., a retração sinaliza que o setor trabalha um cenário de dificuldades. “A piora expressiva das expectativas em dezembro mostra que o setor antecipa o enfrentamento de dificuldades nos próximos meses”. Segundo Aloísio Campelo, o cenário traçado pelas empresas parece combinar projeções de continuidade do ajuste das finanças familiares, piora do mercado de trabalho, condições de crédito mais restritas que de costume e confiança do consumidor ainda muito baixa.
A queda do Icom em dezembro foi influenciada, principalmente, pela piora das expectativas em relação aos próximos meses, com o Índice de Expectativas (IE-COM) com queda de 7,2 pontos e chegando a 66,5 pontos, o menor valor da série. A maior contribuição para a queda foi dada pelo indicador que capta o grau de otimismo com as vendas nos três meses seguintes, que recuou 12,2 pontos em relação ao mês anterior.
O Índice de Situação Atual (ISA-COM), que retrata a percepção dos empresários em relação ao momento atual, evoluiu desfavoravelmente ao apresentar uma queda de 1,8 pontos, registrando 57,3 pontos, também o segundo menor valor da série. A piora do ISA-COM foi, segundo a FGV, mais acentuada no quesito que mede o grau de satisfação das empresas com a situação atual dos negócios, que caiu 2,5 pontos em dezembro, frente a novembro (ABr).
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