O presidente da Anfavea, Luiz Moan, disse que a retirada de descontos ou isenções do IPI, não significa necessariamente a perpetuação de vendas fracas e de corte de pessoal na indústria automobilística. O Brasil, segundo ele, pode se contrapor a esse cenário negativo por meio da adoção de medidas estruturais e de estímulos às exportações. O incentivo governamental ao aumento das vendas de automóveis e comerciais leves, por meio de corte do IPI, entrou em vigência em maio de 2012, mas foi revogado pelo governo no início de 2015 para evitar perda de receita tributária.
Durante palestra no Workshop Planejamento Automotivo 2016, que ocorre no World Trade Center, Moan disse que, apesar da redução nas vendas de veículos, observada nos últimos meses, a confiança do setor, no futuro do mercado, “não cessou em nenhum minuto”. O sinal mais evidente dessa confiança, conforme observou, é que não houve cortes nos investimentos. “Em julho, tivemos a confirmação de R$ 7,8 bilhões de novos investimentos não só na modernização de fábricas como na criação de centros de engenharia automotiva”.
Embora acene com a retomada do crescimento apenas para o segundo trimestre do próximo ano, o executivo manifestou a expectativa de que ainda nesta semana saiam medidas de estímulos às exportações. Em encontro com representantes de ministérios do governo brasileiro, as empresas tentam reduzir impostos e outros embaraços alfandegários em acordos bilaterais. Entre esses acordos está a negociação com a Colômbia.
Moan destacou que as vendas para este país estão em torno de 10 mil unidades, número que podeira ser bem maior porque a Colômbia tem o terceiro maior mercado na América do Sul, com uma demanda de 300 mil veículos por ano. Nas discussões interministeriais, segundo ele, estão ainda a renovação do acordo com o México e exportações para o Peru, Uruguai e países do continente africano.
Moan mencionou as expectativas do setor automobilístico sobre as vendas no varejo. Ele disse que as experiências que tiveram êxito, em termos de negócios, vieram das vendas por meio de consórcios e de eventos como o Salão Auto-Caixa, em parceria com a Caixa. O setor espera ainda que o governo federal crie novos estímulos por meio do Plano Safra Agrícola, permitindo mais facilidades no acesso dos agricultores aos financiamentos para a compra de caminhões, implementos e máquinas agrícolas (ABr).
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