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Especialista traz dicas de como encontrar o fundo de venture capital ideal

em Manchete Principal
quarta-feira, 20 de outubro de 2021

De acordo com report do hub de inovação Distrito, o mercado de venture capital no Brasil tem atraído mais atenção dos investidores do que nunca. Somente em agosto, o volume investido no setor praticamente triplicou, quando comparado ao mesmo período de 2020. Ainda, segundo o levantamento, esse aumento tão expressivo, que passou de US$ 191 milhões para US$ 772 milhões em aportes, marca, também, a tendência na qual startups passam a investir em outras startups.

Diante desse cenário de clara expansão, Nemer Rahal, sócio e CSO da Mindset Ventures, gestora de venture capital que conecta investidores brasileiros a empresas de tecnologia localizadas nos Estados Unidos e em Israel, avalia que o mercado de investimentos em startups, de forma geral, deve continuar crescendo no Brasil nos próximos anos, impulsionado pelo surgimento de novos fundos e novas startups, assim como pelo crescimento do apetite do brasileiro pela nova categoria de investimento.

O executivo destaca que, de forma geral, fundos de investimentos em venture capital são a alternativa mais viável aos investidores que decidem ingressar nesse mercado. “Para a maioria dos investidores, alocar em fundos ao invés de investir diretamente nas startups é a melhor opção pois, desta forma, eles terceirizam aos especialistas a responsabilidade de estudar e acompanhar o mercado de venture capital em tempo integral.

Os gestores de venture capital passam 100% do tempo voltados para acompanhamento deste mercado. Dificilmente o investidor, por conta própria, conseguiria acesso a tantas informações para tomar decisão de investimento mais embasada que o profissional especialista no setor”, explica.

O executivo destaca que, caso o investidor tenha pleno conforto e grande conhecimento sobre o mercado em que determinada startup atua, assim como conhecimentos sobre dinâmicas próprias do mercado de venture capital suficientes para permiti-lo negociar boas condições de investimento, alocar seus recursos diretamente na empresa que julga possuir boas perspectivas também pode ser uma alternativa, contudo, mais arriscada, dado que o risco está concentrado em ativo único.

Com cerca de 30 anos de experiência nos mercados financeiro e de investimento, Nemer destaca quatro dicas que acredita serem essenciais para investidores que pretendem entrar no mercado de venture capital.

. Considerar o valor a ser alocado em investimentos sem liquidez – Entre os principais pontos que devem ser avaliados antes de se investir em venture capital, assim como em outras classes de ativos alternativos, merece destaque qual percentual do portfólio de investimento deve ser alocado no fundo, considerando a baixa liquidez desta classe.

“Diferentemente de outros tipos de fundos de investimento, os de venture capital são ilíquidos e costumam reter os recursos investidos por até 10 anos, sem possibilidade de resgate. Assim, o investidor deve considerar investir recursos que ele poderá dispor neste período”, explica.

“Por natureza, fundos de venture capital têm prazos mais longos justamente para dispor ao gestor tempo adequado para a seleção dos ativos e, para as empresas investidas, tempo suficiente para desenvolvimento e valorização”, complementa.

. Estudar o gestor e as principais características do fundo – Em meio a tantos produtos disponíveis, é crucial que o investidor se informe sobre o gestor, assim como entenda se o fundo em questão buscará atender suas expectativas “Conhecer não apenas o histórico do gestor, mas a forma como a empresa está organizada, sua estrutura interna e a equipe, é fator decisivo para o aumentar a chance de sucesso na alocação”. Além da gestão, o mandato do fundo precisa estar alinhado com o apetite de investimento e perfil do investidor.

Imagem: orodenkoff_CANVA

Diversos pontos devem ser levados em consideração, como o estágio-alvo de investimento (early stage, late stage etc), a região de atuação, diversificação do portfólio, o valor total a ser captado, tipo de empresa a ser investida, as condições de investimento – taxa de administração e performance, período de investimento e desinvestimento, prazo do fundo, entre outros fatores.

Nemer destaca que, mesmo que o gestor ainda não possua nenhum fundo totalmente desinvestido, ou seja, que não tenha sido encerrado após a venda de todas as suas empresas investidas, é importante que ele tenha histórico razoável de saídas de empresas bem-sucedido.

Vendas bem executadas e que geraram bom retorno aos cotistas são, de certa forma, termômetros de bons gestores. Já sobre os casos de insucessos, que invariavelmente ocorrem, estes são importantes para entender se trouxeram algum ensinamento para o time de gestão.

. Escolha uma gestora que estabeleça boa relação com o investidor – Na modalidade de venture capital, é comum encontrar gestoras que não tenham em seu DNA a cultura de proximidade com seus investidores, muito pelo aspecto de iliquidez dos fundos. Entretanto, Nemer aponta essa questão como um componente importante para se fixar confiança e credibilidade ao gestor.

“Busque gestoras com equipes facilmente acessíveis e dispostas a constantemente munir seus investidores com informações. Mesmo que o investidor tenha terceirizado o poder de decisão no momento em que escolheu alocar seus recursos em um fundo, ele tem o direito de estar ciente do desenvolvimento do fundo no qual investiu”.

. Uma vez feito o investimento, acompanhar frequentemente o desempenho do fundo – Vinculado ao item anterior, acompanhar a performance do fundo e entender a razão de seu desempenho, seja ele bom ou ruim, figura entre os principais pontos para quem aloca recursos em fundos de venture capital.

O gestor tem vários canais de comunicação com sua base, tais como eventos de atualização, relatórios e calls. Por esse motivo, a importância de gestoras abertas a se comunicarem com seus investidores, como mencionado anteriormente pelo executivo.

Nemer ressalta, também, que é preciso observar se o gestor está cumprindo ou não o mandato do fundo, ou seja, se o número de empresas investidas está de acordo com o que havia sido previsto. “Os gestores não podem e nem devem garantir retornos, mas eles têm o dever de assegurar que seus mandatos de investimento serão executados de acordo com o combinado com os investidores”, diz. – Fonte e outras informações: (https://mindset.ventures/).