Muitos brasileiros têm o sonho de abrir o próprio negócio. Segundo dados do Ministério da Economia, em 2020, o Brasil possuía 19.907.733 de empresas abertas. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os que têm mais empresas ativas, somando juntos quase 50% do total de negócios.
E mesmo em meio à pandemia , o balanço de empresas abertas em 2020 foi positivo: no ano passado, 3.359.750 de empreendedores deixaram de ser empregados e viraram patrões. Contudo, no mesmo período, foram fechadas 1.044.696 empresas, o que deixou um saldo positivo de 2,3 milhões de empreendimentos.
Mas depois da decisão de virar um empreendedor, o caminho até a abertura da empresa é longo. O futuro empresário precisa tomar alguns cuidados para não cair na estatística: no Brasil, o tempo médio de vida de uma empresa é de 10 anos, e 1 em cada 5 delas fecham ainda no primeiro ano de funcionamento.
E para que os empreendedores obtenham sucesso nesta jornada, a coordenadora do curso de Administração da Anhanguera, Danieli Hernandes, listou as dicas a seguir:
- – A ideia do negócio – Ao decidir empreender, o futuro empresário geralmente escolhe um segmento de mercado que de alguma forma tenha ligação com sua história, habilidades ou gostos pessoais. Mas, apenas a vontade de dar certo não é garantia de sucesso. É preciso ter claramente a certeza se a ideia é executável.
- – Perfil do Empreendedor – Nem todo mundo tem perfil de empreendedor. É preciso firmeza, responsabilidade, jogo de cintura e outros requisitos para tomar conta do negócio. Avalie se você tem o perfil de empreendedor. Mas se a resposta for negativa, não se desespere: essas características também podem ser desenvolvidas e aprendidas.
- – Ter sócio ou encarar o desafio sozinho – A dura tarefa de abrir um negócio pode ser amenizada se as atividades forem divididas. Alguns empreendedores buscam como sócios amigos, cônjuges e parentes. Desde o início, para evitar problemas, a recomendação é ter uma conversa franca sobre as expectativas: quais serão as responsabilidades de cada um, disponibilidade, quem assumirá o negócio caso a sociedade seja desfeita?
O ideal é que os sócios de complementem: um cuide do marketing, outro da gestão, por exemplo. Se ambos gostam ou têm habilidades na mesma área, algum setor da empresa ficará desfalcado.
- – Análise de mercado – Para quem ou para que vou abrir um negócio? Quem será o meu cliente? Quem são os meus concorrentes? Todas essas perguntas precisam ser levadas em conta. É o que os especialistas chamam de “plano de negócio”.
Com as rápidas transformações que o mundo está vivendo, o empreendedor também deve levar em conta outros aspectos, como a digitalização e informatização, logística (como seu produto ou serviço vai ser entregue?), entre outros fatores.
- – Obtenção de crédito – Alguns empreendedores usam a indenização de uma rescisão de trabalho formal, por exemplo, para investir em no negócio próprio; há aqueles que juntam recursos por um tempo para investir na tão sonhada liberdade, longe de patrões. Mas há também opções de crédito na praça, oferecidas por instituições financeiras (tenha cuidado com taxas de juros altas).
De qualquer forma, o empresário precisa ter na ponta do lápis os custos da operação, desde a concepção do negócio, passando pelos primeiros meses de operação, não esquecendo de guardar um fundo de caixa para sair de situações de aperto ou de crise.
- – Contrate um contador – É recomendável que o empresário busque um contador tão logo tenha a ideia de abrir um negócio. Esse profissional poderá ajudar em questões como a escolha da natureza jurídica, se Empresário Individual (EI), Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), Sociedade Limitada (LTDA) e Sociedade Simples; o regime tributário, se Simples Nacional, Lucro Real e Lucro Presumido; e também sobre contratação de funcionários, entre outros aspectos.
- – Encare a burocracia – É preciso atenção especial aos trâmites burocráticos (mas necessários) para a abertura e funcionamento da empresa. Fique atento às inscrições municipal e estadual, contrato social (espécie de certidão de nascimento da empresa), registro em junta comercial, alvará e laudo do Corpo de Bombeiros, entre outros. Considere também a possibilidade de registrar a sua marca.
8 – Estratégia digital – É impossível deixar de lado o ambiente digital. Toda empresa deve ter presença na internet, seja por meio de site (inclusive para vender seu produto por lá), e redes sociais (elas são a nova versão do antigo Serviço de Atendimento ao Cliente, além de ser uma vitrine do negócio, para o bem ou para o mal).
- – Boa sorte – Com toda a papelada em ordem e a ideia da empresa viabilizada, é hora de arregaçar as mangas. Nos primeiros meses do empreendimento, tenha atenção também ao capital de giro, fluxo de caixa e ao estoque (não corra o risco de ter produtos demais ou de menos armazenados). Por fim, boa sorte e sucesso nos negócios!
Fontes e outras informações: (anhanguera.com e blog.anhanguera.com) e (www.kroton.com.br).