A pandemia mudou o mundo e a forma como encaramos as incertezas do caos também. Muitos líderes precisaram se reinventar, obrigando-os a desenvolver novas habilidades de liderança.
Para se ter ideia, um estudo da Gartner aponta que, para 68% dos líderes de RH entrevistados, é uma prioridade “construir habilidades e competências críticas para a organização”, ou seja, é necessário enxergar novas oportunidades.
Para tudo isso, é importante entender que estamos vivendo na Era do Caos e aprender a melhor forma de gerir isso. Pode parecer duro e alarmante, mas a Era do Caos não é nada mais nada menos que o nosso cotidiano. De acordo com Andreia Loures-Vale, autora do livro “Domador de Rinocerontes”, a forma como lidamos com as adversidades não deve se limitar à vida profissional.
“O caos não é exclusividade a somente um aspecto de nossas vidas, até porque, no final do dia, os aspectos profissionais impactam o pessoal e vice-versa. Essa era é o que muitos definem pensadores como BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible) que em português significa quebradiço/frágil, ansioso, não linear e incompreensível.
Um exemplo claro da Era do Caos está no impacto das restrições sociais e sanitárias por causa do novo coronavírus. Dormimos com o mundo de um jeito e acordamos em outro completamente diferente”, explica. Para fazer a gestão do caos, é preciso criar mecanismos de controles e métricas levando em consideração diferentes cenários críticos e, como resposta, gerar ações táticas a todos eles. Além disso, identificar o problema é essencial.
“Ao nomear uma ameaça, que eu chamo de rinoceronte, somos capazes de entender como ela funciona. O seu cérebro deixará de querer nos “proteger” por achar que estamos diante do desconhecido. O medo e a sensação de insegurança serão diminuídos ou até mesmo deixarão de existir. Quando nomeamos os acontecimentos – sejam eles negativos ou positivos – os tornamos conhecidos para que se tornem mais amigáveis e mais fáceis de serem entendidos”, entende a autora.
Uma das soluções para a gestão do caos é entender como funciona a Era Pós-Digital, outra realidade dos nossos dias. “Isso nos dá uma análise totalmente diferente sobre como gerir um negócio e vida pessoal: ambos se misturam. Você não tem que deixar de viver para trabalhar. Cada vez mais, você deverá ter prazer no que faz, enquanto está fazendo. Há mais liberdade para adaptar a jornada de trabalho às demandas pessoais. A busca pelo retorno financeiro deixa de ter o poder absoluto.
O trabalho precisa trazer retorno pessoal, promovendo algo relevante para o mundo, a comunidade. Além disso, é fundamental inserir outras pessoas, compartilhar conhecimentos, trocar, cooperar, escalar os ganhos em um contexto ampliado. Além disso, o mundo acontece de forma imbricada uma na outra e se sobrepõem em uma velocidade vertiginosa, pois tecnologia está inserida e disseminada em nossas vidas”, complementa Andreia.
Às vezes, entender as mudanças do mundo e aprender a melhor forma de fazer uma Gestão de Caos não é tão fácil. Pensando nisso, a autora listou algumas dicas práticas. Confira:
1 – Entenda e admita que o caos veio para ficar e que as mudanças acontecerão e virão em alta velocidade, principalmente em sociedades e economias cada vez mais interconectadas, consequência da Era Pós-digital;
2 – Dedique os primeiros esforços na análise do problema, sempre. A solução tem de ser a consequência desse entendimento, não o primeiro movimento diante de uma adversidade;
3 – Uma vez encontrada a solução, treine essa análise em cenários diversos para testar e validar as saídas encontradas;
4 – Esqueça a resiliência (não confunda essa palavra/conceito com persistência) e sim desenvolva sua adaptabilidade. Ao contrário do que o “ser resiliente prega”, você nunca será sua mesma versão depois de enfrentar um problema;
5Priorize sempre a “única coisa/atitude/situação” que possa ter mais impacto imediato diante de uma adversidade.
A autora também acredita que, do ponto de vista da gestão do caos, a pandemia do novo coronavírus trouxe uma valiosa lição para o líder do futuro. “Um aprendizado que trouxemos deste momento é a importância de investir mais e melhor nas habilidades de ler e interpretar os sinais do amanhã para implementar as mudanças adequadas hoje.
Afinal, a covid-19 forçou a maioria dos gestores a dar mais atenção e valor ao gerenciamento de riscos, seja na manutenção de seus negócios e times, nas movimentações necessárias para sobreviver frente às mudanças ou, no pior dos cenários, para simplesmente encerrar suas atividades”, conclui Andreia. – Fonte e mais informações acesse: (www.louresvale.com).