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Dois em cada dez jovens de países emergentes não trabalham nem estudam

em Manchete Principal
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
Dois temproario

Dois temproario

A ausência dos jovens nas escolas e no mercado de trabalho aumenta os conflitos sociais e reduz o potencial de crescimento da economia. Foto: Tânia Rêgo/ABr

Carentes de políticas públicas que reduzam vulnerabilidades, os jovens de países em desenvolvimento enfrentam dificuldades em concluir a escola e conseguir o primeiro emprego. De cada dez jovens de 15 a 24 anos em países emergentes, dois não estudam nem trabalham, segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A proporção é o dobro da observada em economias avançadas, onde 10% da população nessa faixa de idade estão na mesma condição.
Segundo o FMI, a ausência dos jovens das escolas e do mercado de trabalho tem um efeito perverso no médio e no longo prazo, ao aumentar os conflitos sociais e reduzir o potencial de crescimento da economia. De acordo com o relatório, a alta proporção de jovens sem estudar e trabalhar tem um efeito ainda mais perverso nos países em desenvolvimento. Isso porque as economias emergentes dependem da entrada de jovens no mercado de trabalho para acelerarem o crescimento.
A proporção de pessoas de 18 a 24 anos nos países em desenvolvimento chega a um terço da população em idade ativa (que pode trabalhar), contra 15% nos países desenvolvidos. Para o FMI, a melhoria da educação é importante, mas não basta para aumentar a participação de jovens no mercado de trabalho. Apenas o investimento em ensino, aponta o relatório, levaria à existência de muitos jovens bens educados com dificuldades em encontrar emprego em economias emergentes e em desenvolvimento.
O FMI sugere três ações para diminuir a geração do Brasil. Em primeiro lugar, o fundo recomenda a adoção de medidas que reduzam a desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho. Cerca de 30% das jovens nos países emergentes não trabalham nem estudam, contra 15% dos jovens. O documento recomenda medidas de combate à discriminação contra mulheres no mercado de trabalho para aumentar a inserção das jovens na economia formal.
Em segundo lugar, o FMI sugere a desregulamentação do mercado de trabalho para aumentar a contratação de jovens; diminuir as indenizações por demissões e estabelecer um salário mínimo não muito alto em relação ao salário médio. De acordo com o FMI, nas províncias da Indonésia que aumentaram o salário mínimo menos que outras, o desemprego entre os jovens caiu entre 1 e 1,5 ponto percentual. A última medida recomendada pelo FMI é a abertura da economia em países emergentes. Jovens com acesso a capital e a crédito podem ter a abertura do próprio negócio facilitada. Essa política aumentaria a taxa de participação de homens jovens no mercado de trabalho em até 5% (ABr).