Fábio Túlio (*)
À medida que a modernidade e a transformação digital delineiam um cenário de inovação, as empresas se deparam cada vez mais com uma questão: o que podemos aproveitar das nossas experiências passadas e o que é necessário dispensar e ajustar para a atualidade dos negócios que fazemos parte? A transformação digital é uma das principais realidades no cotidiano das corporações e os gestores precisam ter ciência em saber onde é necessário iniciar essa mudança e adequação à realidade, para não correrem o risco de serem engolidos pela concorrência.
As soluções de Gestão Empresarial (ERP – Enterprise Resource Planning), conforme as conhecemos, estão passando por uma revolução impulsionada pela tecnologia. O próprio conceito ‘ERP’ já evoluiu para além do que conhecíamos, tornando a terminologia obsoleta para descrever as soluções e o que elas oferecerão nos próximos anos.
Veja, por exemplo, na década de 70, quando surgiu o conceito de MRP (Manufacturing Resource Planning) na era Industrial. Mais tarde, expandiu-se para a versão MRP2, abrangendo o planejamento de recursos para manufatura. Já na década de 90, o ERP, como conhecemos hoje, foi finalmente criado e se estendeu a todos os setores, não só para a indústria.
Essa evolução do ERP foi impulsionada pela necessidade de gerenciamento e adaptação em um ambiente globalizado em transformação e aceleração. No entanto, um movimento ainda mais significativo começou a ocorrer, pavimentando o próximo passo na definição do futuro.
Pense: O que mudou da década de 1990 para cá? Vimos o surgimento da internet, alta conectividade, colaboração de muitos serviços, digitalização, lançamento de ferramentas tecnológicas e, recentemente, o surgimento das IAs e seus avanços.
Em nosso contexto, o conceito do EIP (Enterprise Intelligence Platform) não é apenas uma evolução do ERP, mas sim a incorporação de tudo o que ele representa, combinando um ecossistema completo que utiliza alta conectividade, colaboração, IA, SaaS, Machine Learning, BI, IoT, Cloud, Big Data e outras tecnologias.
Esse conceito também se expande naturalmente, devido, também, à sua capacidade de personalizar a experiência do usuário e fornecer informações mais precisas e detalhadas, provendo uma solução de forma colaborativa, aprimorando a gestão, evitando falhas operacionais e melhorando a tomada de decisões.
Para ilustrar, considere a rotina de um gestor financeiro. Com um ERP tradicional, ele precisaria consultar relatórios e realizar análises extensas para antecipar problemas financeiros. Já com EIP, a gestão torna-se mais inteligente e proativa e funciona basicamente como um aplicativo de GPS. A ferramenta conhece o gestor, alerta sobre possíveis problemas no fluxo de caixa, oferece sugestões de ações e, se necessário, conecta-se a serviços especialistas de crédito, prevendo cenários e promovendo a tomada de decisões proativas.
No contexto da era digital altamente interconectada, o EIP desempenha um papel crucial na transformação das operações. A solução proporciona uma abordagem quase que holística, integrando análises preditivas, Inteligência Artificial, avaliações comportamentais e estatísticas de mercado para projetar demandas e antecipar cenários. Isso confere às empresas uma vantagem competitiva e sustentável que permite que elas se adaptem e atendam qualquer demanda.
A adoção e incorporação destas novas tecnologias no mundo corporativo é condição essencial para um caminho de sucesso e, para isso, temos que criar um ambiente favorável em nossas organizações com a mente aberta e uma cultura desejosa por abraçar as inovações.
(*) Diretor Executivo de Soluções e co-fundador da Sankhya.