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Descubra qual é o investidor perfeito para sua startup

em Manchete Principal
quarta-feira, 04 de outubro de 2023

Jornada de captação começa conhecendo os perfis e as teses de cada pessoa investidora

Em busca de investimento para sua startup? Encontrar investidores ideais para o estágio atual de crescimento pode impulsionar, e muito, a consolidação e a inovação de sua empresa. “A captação é um longo caminho para o qual há muitos cursos e materiais de suporte, mas a realidade é bem diferente. Longe de ser a verdade absoluta, gostaria de compartilhar o que aprendi durante a captação para a Workhub. Founders precisam vencer muitas etapas para ter mais chances de conseguir atingir seu objetivo. Esse processo começa se informando sobre os vários tipos de investidores, entendendo o perfil de cada e analisando qual seria a melhor opção para o estágio que sua startup está agora”, diz Andréa Migliori, CEO e fundadora da Workhub, que encerrou este ano sua primeira rodada de captação.
Confira agora os diferentes perfis de investidores e os tipos de startups com as quais mais fecham parcerias.

1 – Venture Capital (VC): estratégico para startups em crescimento
Investidores de Venture Capital são empresas ou fundos que investem capital em startups em troca de participação acionária. Aliás, todos os tipos de fundo vão investir em troca de participação. A exceção são os que fazem algo sem esse interesse. Normalmente são fundos que têm uma aceleradora, por exemplo. Aí oferecem um programa de aceleração/mentorias “de graça”, que são chamados de programas “equity free”. Especializados em identificar startups com potencial de crescimento significativo, esses fundos normalmente se dispõem a assumir riscos e investem em estágios iniciais, quando a startup está em seu estágio de crescimento acelerado. Além do capital, muitos VCs oferecem suporte estratégico, conhecimento do mercado e uma vasta rede de contatos para ajudar a startup a atingir seu potencial máximo.

Imagem: Kzenon_CANVA

2 – Corporate Venture Capital (CVC): parceria com grandes empresas
O Corporate Venture Capital refere-se a empresas estabelecidas que investem em startups como forma de impulsionar a inovação interna e buscar novas oportunidades de negócios. Os CVCs buscam startups cujas soluções possam agregar valor à sua própria operação ou ajudá-las a entrar em novos mercados. Eles oferecem não apenas capital, mas também acesso a recursos e experiência do setor, o que pode ser extremamente valioso para startups que desejam obter vantagem competitiva e escalar rapidamente. Em relação a esse perfil, é essencial entender bem qual é o objetivo de investimento do CVC, além da tese, para que fique bem claro para a startup qual a estratégia da empresa em fazer o investimento, assim como ter clara a posição da startup dentro da corporação.

3 – Grupos de Anjos: experiência e recursos
São investidores individuais de alta renda, geralmente pessoas empreendedoras ou executivas experientes que se reúnem para investir em startups promissoras, e que estão dispostas a compartilhar seus conhecimentos e contatos. Para startups em estágios iniciais, os grupos de anjos podem fornecer o capital necessário para impulsionar o desenvolvimento e o lançamento do produto. O mercado, inclusive, tem vários desses grupos que só investem em startups fundadas e lideradas por mulheres. Além disso, oferecem orientação valiosa, networking e acesso a outros recursos importantes.

4 – Anjo Pessoa Física: paixão pelo empreendedorismo
Anjos individuais são investidores de alto patrimônio líquido que investem o próprio dinheiro em startups nas quais acreditam. Geralmente têm interesse pessoal no empreendedorismo e buscam oportunidades de investimento que combinem com seus interesses e valores. Podem ser particularmente adequados para startups que estão em estágios muito iniciais e precisam de capital semente. Além do financiamento, os anjos pessoa física podem oferecer conselhos valiosos com base em sua própria experiência no mundo dos negócios.

5 – Family Offices: personalizados com critérios específicos
São estruturas de gestão de patrimônio de famílias ricas, que têm como objetivo preservar e fazer crescer seu capital ao longo do tempo. Muitas também investem em startups como parte de sua estratégia de diversificação de investimentos. O perfil dos Family Offices pode variar significativamente, pois cada família tem suas próprias preferências e critérios de investimento. Alguns têm abordagem mais conservadora, enquanto outros estão dispostos a assumir riscos maiores em busca de retornos mais elevados. Uma das principais vantagens de receber investimentos desse perfil é a flexibilidade e a personalização dos termos do investimento. Diferentemente de fundos de venture capital tradicionais, os Family Offices podem ter maior liberdade para adaptar as condições de investimento às necessidades específicas da startup. Além disso, podem oferecer suporte adicional, como orientação estratégica, contatos valiosos e acesso a outras empresas dentro de sua rede.

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6 – Fundos de Impacto: foco em impacto social e ambiental
São investidores que buscam aplicar seu capital em startups que têm a missão clara de gerar impacto social ou ambiental positivo, além de retornos financeiros. Possuem o compromisso de promover mudanças positivas na sociedade e no meio ambiente. Avaliam as startups não apenas pelo seu potencial de crescimento e retorno financeiro, mas também pelos benefícios sociais ou ambientais que suas soluções podem trazer. Procuram empresas que abordem questões como sustentabilidade, inclusão social, acesso à saúde, educação e outras áreas relevantes, sempre alinhadas aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Receber investimentos de um Fundo de Impacto pode trazer benefícios adicionais para startups que estão alinhadas com sua missão. Além do capital, esses fundos costumam oferecer suporte estratégico específico para maximizar o impacto social ou ambiental da startup, além de abrir portas para redes e parcerias com outras organizações do setor.

7 – Aceleradoras: programas estruturados de apoio e financiamento
Organizações ou programas que oferecem suporte abrangente e financiamento a startups em estágios iniciais. Geralmente, operam em formato de programa, com duração definida, durante a qual as startups selecionadas recebem mentorias, treinamentos, espaço de trabalho, acesso a uma rede de contatos e, em alguns casos, financiamento direto, com ou sem participação societária. Aqui, o objetivo é impulsionar o crescimento rápido e bem-sucedido das startups participantes, fornecendo recursos e orientação para superar desafios comuns. Em troca do suporte oferecido, algumas aceleradoras costumam adquirir participação acionária na startup. Embora possam oferecer investimentos financeiros, seu principal valor está na combinação de financiamento com apoio estratégico. Elas ajudam as startups a desenvolver modelos de negócios sólidos, aprimorar produtos ou serviços, estabelecer conexões com mentores e potenciais clientes, além de prepará-las para levantar fundos adicionais em estágios posteriores.

Teses de investimento
Além de entender os diferentes perfis de investidores, é importante conhecer suas teses de investimento, ou seja, as diretrizes e estratégias que seguem ao decidir onde colocar seu dinheiro. Essas teses podem variar de acordo com setores específicos, estágios de crescimento, geografias ou até mesmo áreas de impacto social. Ao pesquisar potenciais investidores, é crucial alinhar a visão e os objetivos de sua startup com as teses de investimento em potencial.

Para conhecer as teses de investimento de cada pessoa investidora, comece pesquisando na internet. Visite o site oficial do fundo ou empresa, onde muitas vezes compartilham informações. Outra tática é ler relatórios anuais, relatórios de investimento ou artigos que possam ter publicado. Esses materiais fornecem insights sobre as áreas de interesse, setores de foco e estágios de crescimento preferidos.

Imagem: Kzenon_CANVA

Você também pode procurar conhecer o portfolio , assim já entende a sinergia (ou não) que sua startup pode ter com as outras investidas do fundo, oportunidades de negócios que possam aparecer pela complementaridade das startups. Isso ajuda muito na hora de conversar com o fundo, pois essa complementaridade pode gerar mais negócios e contribuir com o crescimento de várias startups do portfolio.

Vale ainda entrar em contato com pessoas empreendedoras que já receberam investimentos do fundo em questão. Elas podem fornecer detalhes sobre a experiência de trabalho e preferência. Participe de eventos e conferências do setor, encontros nos quais investidores costumam compartilhar suas perspectivas. Outra fonte útil é o LinkedIn, que também oferece grupos relacionados ao setor de interesse. Por último, você pode contatar diretamente a pessoa investidora, mas lembre-se que ela recebe muitas solicitações e pode não responder a todas as consultas individuais. Ao longo da pesquisa, tenha atenção para a questão da atualidade, já que as teses de investimento podem evoluir ao longo do tempo.

“Depois de entender quais são os perfis e conhecer as teses, é bom fazer uma lista dos que interessam. Eu fiz a minha lista e comecei de “baixo para cima”,. A ideia era ir aperfeiçoando as apresentações e refinando a conversa na medida em que chegava ao topo da lista. Se no percurso houver alguma oferta de investimento é até melhor, porque isso pode ser uma vantagem na hora de negociar”, afirma Migliori.