O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, afirmou ontem (9) que o caminho para o ajuste das contas públicas é o corte de despesas estaduais. Castro participou da abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior. Ele disse ainda que “o tempo está esgotado para que o Brasil faça reformas que permitam que a máquina pública caiba no PIB”. Castro disse que para o fim do mês está previsto o lançamento do Progeren, programa de capital de giro do BNDES, que oferece incentivo para o aumento da produção.
As indústrias brasileiras de produção e de serviços foram as principais vítimas de um “morticínio econômico”, “causado inclusive pela confluência de mal feitos, que acabaram por jogar o bebê fora, junto com a água suja”, comentou.
“O Brasil não pode esperar que a toga resolva a questão judicial enquanto falece, enquanto fenece o Brasil produtivo”, disse. Castro afirmou que a participação do banco no processo de exportação brasileira está “decrescente, minguando e quase indo a zero”.
Ele afirmou que muito pouco pode ser comemorado no superávit comercial previsto para 2017, que ele considerou resultado “da maior recessão brasileira de todos os tempos”. Destacou ainda que o setor agropecuário evitou que a queda da economia fosse pior. O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, defendeu as reformas propostas pelo governo e propôs a elevação do Reintegra, dos atuais 2% para 5%. O programa restitui a exportadores tributos pagos antecipadamente por exportadores.
Castro destacou a expectativa de o país ter o quinto maior superávit comercial do mundo em 2017, mas ponderou que é resultado da queda de 39% das importações, que superou a queda de 18% das exportações. O vice-presidente da CNC, Darci Piana, defendeu agilidade nas concessões e reformas propostas pelo governo. O vice-presidente da CNA, João Martins, destacou que o agronegócio não exporta apenas produtos primários, mas também tecnologia desenvolvida em pesquisas realizadas no Brasil. O vice-presidente da CNI, Paulo Tigre, afirmou que a busca por mercados externos tem sido prejudicada por burocracia, excesso de leis e tarifas, demora na liberação de mercadorias e infraestrutura insuficiente. Além da solução desses problemas (ABr).
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