O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) pode intensificar o ritmo de cortes na taxa básica de juros. A indicação dessa nova estratégia consta da ata da última reunião do comitê, divulgada ontem (2). No último dia 22, o Copom anunciou o quarto corte seguido na taxa. Por unanimidade, o comitê reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, de 13% ao ano para 12,25% ao ano.
O comitê indica que os próximos cortes podem ser maiores do que o da reunião passada de 0,75 ponto percentual. “Com expectativas de inflação ancoradas, projeções de inflação na meta para 2018 e marginalmente abaixo da meta para 2017, e elevado grau de ociosidade na economia, o cenário básico do Copom prescreve antecipação do ciclo de distensão da política monetária [redução da Selic]”, diz a ata. A projeção de inflação do Copom para 2017 caiu em relação à estimativa prevista em janeiro e ficou em torno de 4,2%, abaixo do centro da meta de 4,5%. Para o próximo ano está ao redor de 4,5%.
Para instituições financeiras consultadas pelo BC, a inflação ficará em 4,36%, em 2017 e em 4,5% em 2018. Na ata, o Copom diz também que se os cortes forem maiores, o ciclo de redução da Selic (período de cortes) pode ser menor. Ou seja, em vez de ir cortando a Selic aos poucos a cada reunião, o Copom pode fazer reduções maiores na taxa em um período menor de tempo. A próxima reunião está marcada para os dias 11 e 12 de abril.
O Copom ressalta que a aprovação e implementação de reformas fiscais são fundamentais para a sustentabilidade da desinflação e para a redução da taxa de juros ao longo do tempo. “Estes esforços são fundamentais para a estabilização e a retomada da atividade econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira”, diz a ata. A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo num cenário de baixa atividade econômica.
Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,48% do PIB em 2017. No ano passado, a economia registrou retração. De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a queda ficou em 4,34%. O IBGE vai divulgar o PIB de 2016 no próximo dia 7 (ABr).
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