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Confira 5 tendências para a transformação digital neste ano

em Manchete Principal
segunda-feira, 21 de março de 2022

O pensamento ágil e a digitalização, que até pouco tempo impulsionaram a transformação digital – acelerada pela pandemia durante os dois últimos anos – não são mais suficientes para que as empresas mantenham-se competitivas no mercado de trabalho. A otimização de processos passou a fazer parte de um modelo de gestão cada vez mais afinado com a realidade atual. Nunca a inovação colocada em prática foi tão valorizada.

Pesquisa recente elaborada pela International Data Corporation (IDC), com base nos Estados Unidos, indica que a economia global segue seu rumo digital. “De acordo com o levantamento, 65% do PIB global deve estar digitalizado até o final de 2022, e a expectativa é que gere mais de US$ 6,8 trilhões [R$ 36 trilhões] em investimentos diretos até 2023.

Outro estudo, conduzido pelo Instituto FSB Pesquisa para a consultoria F5 Business Growth, indica que apesar de 70% dos líderes empresariais entenderem que a transformação digital é um tema relevante para 2022, apenas 37% se consideram aptos a executá-la. A pesquisa foi realizada com mais de 400 empresários e CEOs de todos os setores econômicos e regiões do Brasil, em amostra representativa das empresas de médio e grande porte.

O mapeamento teve como objetivo avaliar a maturidade das empresas em relação à TD e usar como indicador a adoção de práticas para este ano. Para Carlos Baptista (*), especialista em transformação digital, os levantamentos comprovam que, embora as organizações entendam a importância de seguir em frente com a transformação, acabam resistindo ao processo, muitas vezes por não saber por onde começar.

“Ser assertivo nas apostas para evitar custos desnecessários e, paralelamente, manter a execução das operações já existentes tornou-se uma equação complexa de resolver. É por isso que torna-se imprescindível que os líderes foquem nas frentes que podem acelerar o resultado da transformação”, analisa Batista, que,
para ajudar a buscar tais soluções, listou 5 tendências para este ano:

  1. – Novos modelos de trabalho – O trabalho em ambiente híbrido já é uma realidade. A obrigatoriedade de permanecer constantemente dentro de um escritório virou “coisa do passado”. Um estudo elaborado pelo Gartner com empresas de médio e grande porte na Ásia, Europa e Estados Unidos, mostra que 80% dos profissionais usaram algum tipo de ferramenta digital ao longo de 2021, principalmente para videoconferência.

Ou seja, estes modelos funcionam e vieram para ficar, possibilitando que as organizações minimizem os impactos da falta de profissionais por intermédio da internacionalização das suas vagas. Outras vantagens, estão relacionadas ao aumento da produtividade e à qualidade de vida dos profissionais.

Ao evitar deslocamentos improdutivos, permitindo que esse tempo seja aproveitado com atividades prazerosas. Esta internacionalização dos profissionais possibilitará também que novos conhecimentos e experiências sejam somadas à organização possibilitando entregas de valor diferenciadas.

  1. – Segurança da informação – A velocidade de entrega de novas funcionalidades e a adoção de prototipação nos modelos de negócio está crescendo exponencialmente. A transformação digital está essencialmente relacionada com a experiência do usuário, e como tal, precisa estar em constante evolução. Essa velocidade nos negócios, juntamente com a adoção de novas tecnologias, gera potenciais falhas de segurança.

Isso significa que os investimentos em transformação digital também precisam ser direcionados para a utilização de novas técnicas e tecnologias de cyber segurança, bem como a criação ou reforço das equipes focadas neste tema. A utilização de plataformas de inteligência artificial será cada vez mais importante para que os ataques ou problemas de segurança possam ser antecipados. A segurança da informação precisará ser mais pró-ativa e menos reativa, de modo a reduzir as perdas causadas pelos problemas de segurança.

  1. – Futuro da internet – Temas como o metaverso e a evolução do 5G já começaram a ser amplamente discutidos, mas talvez não sejam ainda uma realidade para a grande maioria dos negócios. No curto prazo, teremos a realidade da implementação do 5G no Brasil, possibilitando mais e melhor acesso à internet.
    Tópicos como indústria 4.0 e ampliação da utilização de tecnologia no agronegócio serão potencializados, abrindo um leque de oportunidades para automação e ganhos de produtividade. Por outro lado, a democratização do acesso à internet de alta velocidade também possibilitará aos profissionais mais acesso à informação e à educação, que permitam reposicionamento no mercado de trabalho.
  2. – ESG – A transformação digital está relacionada à experiência do usuário. E essa experiência também passa pelo posicionamento e pela responsabilidade social e ambiental da organização. Isso significa que a empresa precisa implementar novos modelos de governança, que demonstrem o quanto ela é responsável e contribui para a criação de um planeta melhor. Estes fatores também entrarão na avaliação que os clientes fazem do serviço prestado pelo grupo- tanto os clientes externos como os ‘clientes internos’.
  3. – Dados, dados, dados – Conforme descrito pelo estudioso americano Edward Deming, “não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”. A análise do comportamento humano e dos resultados da organização são cruciais para a transformação constante.

Desse modo, o tratamento de dados continuará a ser uma premissa para o sucesso futuro da organização. Esse tratamento vai desde a coleta, passando pelo tratamento e geração de insights para o negócio. Plataformas de big data, inteligência artificial, etc, serão amplamente utilizadas.

A governança correta das novas plataformas de inteligência artificial, em conjunto com o empoderamento das equipes de engenharia de dados, possibilitará implementar mudanças nos modelos de negócio com maior assertividade e menor risco para a liderança. Estas são algumas das apostas que devem ser feitas no curto prazo pelas organizações. Junto com elas, os profissionais irão se deparar com novos desafios.

O modelo de trabalho e a internacionalização poderá gerar choques culturais. Mais do que nunca, é importante que os líderes se transformem e compartilhem os obstáculos com os seus liderados, de modo que as ideias e soluções surjam a partir das equipes. Além disso, as diferenças precisam ser incentivadas, para que novas ideias surjam. Assim como, para atender a constante necessidade de mudança, novos métodos de gerenciamento devem ser adotados.

Não apenas a questão metodológica mas principalmente o mindset. Business agillity e cultura devops precisam ser realidades, e não apenas métodos teóricos. Em meio a este “turbilhão” de oportunidades, desafios e alternativas, o principal ponto é manter o ser humano no foco de toda a transformação. A transformação digital precisa ser posicionada onde impacta qualquer ser humano envolvido – seja ele cliente ou profissional da organização.

(*) – É professor e coordenador no Núcleo de Seleção de Alunos do MBA da FIAP. Especialista em transformação digital, atua como diretor da A&B Consultoria e é co-criador do Modelo Ágil Comportamental. Possui mais de 30 anos de experiência em TI no Brasil e Portugal.