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Como será o mercado de trabalho do futuro com a Inteligência Artificial

em Manchete Principal
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Apesar do significativo potencial de transformação do panorama de emprego, não há indícios concretos de que a Inteligência Artificial substituirá a presença humana no mercado de trabalho. Até o momento, as evidências apontam para uma complementaridade: a IA executará funções mecanizadas e padronizadas, enquanto o ser humano continuará sendo essencial em atividades que demandam senso crítico, criatividade e empatia.

De acordo com a Robert Half, consultoria global de soluções em talentos, a tendência é que no mercado de trabalho do futuro as tarefas mais operacionais sejam executadas majoritariamente por Inteligência Artificial. Entretanto, essa adaptação não representa uma redução no número de empregos e/ou oportunidades.

Na visão de Leonardo Berto, gerente da consultoria, grandes mudanças fazem parte da trajetória profissional. “Não podemos deixar de lado o fato de que o mercado de trabalho contemporâneo é extremamente dinâmico. Muitos cargos que estão hoje em destaque nem sequer existiam até alguns anos atrás. Assim como profissões podem deixar de existir, novas também serão criadas”, afirma.

Berto sugere que a principal forma de minimizar o impacto da transformação digital no emprego é educar-se constantemente, equipando-se com habilidades relevantes às novas funções emergentes ou capacitando-se para supervisionar o trabalho realizado pela IA.

Imagem: Milkos_CANVA

“A responsabilidade está nas mãos do profissional, que deve ser o protagonista da própria carreira e investir tanto em conhecimento técnico quanto no desenvolvimento contínuo de soft skills. A capacidade analítica humana permanecerá inestimável e nunca perderá seu valor. Pelo contrário, se tornará ainda mais essencial nas ocupações do futuro”, completa.

À medida que as empresas adotam cada vez mais a IA e outras tecnologias avançadas, o processo de transformação digital se torna ainda mais complexo. Consequentemente, os gerentes de transformação digital serão essenciais na condução dessas mudanças, adaptando processos, capacitando a equipe no trabalho com novas tecnologias e garantindo uma transição suave e bem-sucedida para um ambiente de trabalho orientado por IA.

A carreira de engenheiro de prompt ainda não possui um curso específico, mas esse profissional desempenhará um papel crucial na interação entre humanos e máquinas nos próximos anos. Para que ferramentas como o ChatGPT, por exemplo, apresentem bons resultados, é um input humano preciso é essencial.

Engenheiros de prompt devem possuir um profundo conhecimento técnico do aplicativo de IA em questão, assim como habilidades analíticas apuradas. Esses profissionais serão responsáveis por monitorar e interagir com a Inteligência Artificial a fim de obter o melhor resultado possível da simbiose homem-máquina. Em resumo, serão o elo entre as pessoas sem o conhecimento necessário de tecnologia e a IA.

Imagem: As_Images_CANVA

Os desenvolvedores de modelos são os especialistas técnicos que criarão soluções de IA. Esses profissionais podem desenvolver ferramentas personalizadas para auxiliar no processamento de faturas ou na avaliação da sinistralidade em seguros, por exemplo. Nessa posição, as habilidades desejáveis envolvem programação e experiência no desenvolvimento de modelos estatísticos.

Para utilizar a IA de maneira segura, as companhias precisarão adquirir conhecimentos jurídicos adicionais. A implementação concreta da IA ainda enfrenta lacunas regulatórias em muitos países, inclusive no Brasil, tornando-se um desafio interdisciplinar às empresas.

Além de advogados, outros especialistas de áreas como gerenciamento de dados, TI (segurança), compliance e marketing, também estarão envolvidos no desenvolvimento e operação de soluções de IA. Diante desse cenário, sistemas de governança específicos para o uso da Inteligência Artificial ganharão força e demandarão profissionais conhecedores do assunto.

Com a crescente integração de IA em sistemas críticos, a segurança cibernética já é uma grande preocupação. Os especialistas em cibersegurança de IA se concentrarão em proteger os sistemas de ataques, garantindo a integridade, confidencialidade, disponibilidade dos dados e algoritmos e prevenindo o uso malicioso de tecnologias de Inteligência Artificial.

A IA pode coletar, processar e analisar grandes volumes de dados em tempo real, fornecendo insights valiosos às empresas. Os analistas de dados, portanto, precisarão aprimorar suas habilidades a fim de trabalhar em conjunto com a Inteligência Artificial, interpretando resultados complexos, identificando padrões ocultos e tomando decisões estratégicas com base nas informações fornecidas.

Imagem: Syda_Productions_CANVA

A automação inteligente, impulsionada por IA e robótica avançada, terá um impacto significativo na indústria de manufatura. Engenheiros de manufatura devem se qualificar para projetar, implementar e supervisionar sistemas automatizados, além de trabalhar em colaboração com robôs e outras tecnologias na otimização dos processos de produção.

O contexto fomenta o surgimento de consultores com perfil técnico aguçado, especializados em entender, desenvolver e implementar soluções de IA. Esses profissionais provavelmente terão formação em matemática, ciência da computação, estatística ou áreas relacionadas. Por outro lado, haverá consultores de aplicação, cujo papel será tornar os sistemas de IA utilizáveis em diversas disciplinas.

“Dificilmente haverá no futuro um consultor que saiba responder a todas as perguntas sobre Inteligência Artificial. Um dos grandes desafios dessas tecnologias, que, no entanto, também reforça o seu potencial, é a necessidade de análise e adaptação para a realidade de cada negócio”, encerra Berto. – Fonte e mais informações: (https://www.roberthalf.com.br).