Seguir um roteiro bem planejado e ter o máximo de informações já no primeiro estágio da criação de uma empresa, é essencial para receber bons investimentos. Com o mercado aquecido para 2023, é importante se destacar dentro de uma esfera de atuação.
Roberto Funaro, especialista em mercado financeiro e sócio fundador da CV Wealth na CVPAR, referência quando o assunto é recursos com foco na gestão de fundos estruturados, reuniu cinco dicas para que uma startup tenha mais chances de receber bons aportes. Confira:
- – O time – Um dos principais fatores para a avaliação, é considerar se o grupo de fundadores da empresa é “fora da curva”. É um desafio construir uma empresa inovadora do zero, mas é essencial tentar conhecer a equipe a nível pessoal para compreender as suas motivações, temperamento e limites.
- – O Negócio – O objetivo aqui é determinar o Product-Market Fit. Existe uma necessidade deste produto ou empresa no mercado? Como a empresa e o produto vão atender a essa necessidade? A empresa já possuiu um MVP (produto mínimo viável) ou protótipo que possamos analisar? Que vantagem competitiva este produto ou empresa tem sobre outras empresas e concorrentes no mercado?
De qualquer forma, possivelmente o produto ou serviço que você esteja visualizando durante o “pitch” provavelmente não será o mesmo quando a startup atingir a escala desejável. Nesse caso, é essencial nos colocarmos no lugar do cliente potencial e nos perguntar: “Se eu tivesse essa demanda que esta empresa está tentando resolver, eu usaria ou compraria este produto?”
- – TAM (Total Addressable Market) – É fundamental entender o tamanho do mercado e como esse negócio ou serviço planeja conquistar uma fatia relevante dele. É importante levar em conta, em especial no Brasil, as questões tributárias e fiscais quando se deseja escalar a nível nacional ou internacional.
O objetivo aqui é basicamente entender o tamanho da oportunidade que temos à frente. Lembre-se sempre, como investidor, você está procurando criar retornos desproporcionais e acima da média. Se não houver um mercado grande o suficiente para a empresa escalar, o negócio não atingirá um tamanho grande o suficiente para ter uma saída do investimento expressiva e com uma avaliação atraente.
Uma estratégia de entrada no mercado deve mostrar claramente como os fundadores planejam entregar seu produto ou serviço nas mãos de seus clientes. Dependendo do produto ou serviço se fará necessário abordagens distintas. Portanto, avalie como a empresa está pensando sobre seu mercado específico e sua estratégia para aumentar o market share.
- – Tração – Este ponto vai nos mostrar o desempenho da empresa ao longo do tempo. Podemos utilizar muitas métricas em startups para determinar o desempenho, mas basicamente queremos ver sempre um crescimento sólido em clientes, receita e margens. Métricas importantes a serem evitadas são as chamadas “métricas de vaidade”, que sempre parecem boas no papel, mas não agregam nenhum valor significativo ao desempenho dos negócios.
Nunca se deixe enganar por essas métricas e concentre-se nos KPIs que mostram realmente o desempenho da empresa. É importante saber que essas métricas, principalmente as financeiras, serão as utilizadas para ajudar a determinar o “valuation” da empresa e, provavelmente, será o ponto mais negociado no futuro.
- – Desinvestimento – Por fim, e não menos importante, precisamos considerar um evento de liquidez futuro realista para a empresa. Normalmente, existem três cenários de saída a serem considerados:
. O primeiro e não desejado é quando um investimento falha, você acaba liquidando o investimento em uma empresa e retorna parte ou nada do capital investido. Serão sempre situações delicadas e no mínimo desafiadoras, mas 80% das startups falham.
Os outros dois cenários são positivos e desejados, a abertura de capital ou a venda para um estratégico.
A forma tradicional de abertura de capital de uma empresa é através de um IPO (Initial Public Offering), porém as SPACs e Direct Listings tornaram-se opções nos últimos anos. Você como investidor, deve entender de forma clara o que o fundador acha que será a estratégia de saída provável para a companhia e qual será o “road map” para atingir esse objetivo.
Uma tendência que vimos nitidamente, durante a última década, é o tempo que uma empresa levou para abrir o capital. O motivo foi que à medida que o capital migrou do mercado público para o mercado privado, as empresas tiveram incentivos para permanecerem privadas por mais tempo. O ano de 2021 marcou um boom para IPOs de startups, com muitas empresas aproveitando o rali do mercado.
Essa tendência, juntamente com a crescente popularidade de SPACs e Listagens Diretas, proporcionou a essas empresas privadas uma oportunidade única de saída e que não se repete hoje em dia. Obviamente existem muitos pontos a serem considerados ao se investir em uma startup.
Na maioria das vezes, grande parte dessas informações nem estarão disponíveis em um estágio inicial. É claro que os investidores que entram em um estágio mais “maduro” da empresa têm vantagens por terem mais informação e mitigar riscos, mas os retornos são geralmente menores.
Seguir esse roteiro e diversificar entre classes de ativos e investimentos pode ajudar o investidor a buscar retornos acima do mercado. – Fonte e outras informações, acesse: (https://cvpar.com.br/).