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Cinco dicas para ensinar empreendedorismo em tempos de crise

em Manchete Principal
terça-feira, 26 de maio de 2020

Saber lidar com situações de crise de forma criativa e inovadora, ter uma postura proativa diante da vida e protagonismo na resolução de problemas são características de empreendedores. Uma pessoa com esse perfil, além da habilidade para abrir um negócio e gerenciar uma empresa, é mais preparada para lidar com desafios num mundo que se reinventa rapidamente, principalmente em momentos de crise. O ensino do empreendedorismo é capaz de fazer a diferença na vida de quem, apesar das dificuldades, consegue se adaptar e ter resultados positivos no que se propõe a realizar.

“Diante das profundas mudanças vivenciadas por todos com o avanço do coronavírus e das perspectivas de um “novo normal”, que deve surgir após o fim da pandemia, o Sebrae reconhece o papel fundamental dos educadores para despertar comportamentos e atitudes empreendedoras nos estudantes. Com este objetivo, o Sebrae elaborou uma lista com cinco dicas para ensinar o empreendedorismo em tempos de crise”, afirma o gerente de Educação Empreendedora, Gustavo Cezário.

Imagem: Frrepik

1) Divulgue as características empreendedoras para os estudantes – Na Escola do Sebrae, em Minas Gerais, um grupo de alunos do Ensino Médio enxergou novas possibilidades para um negócio que desenvolviam dentro da escola. A empresa deles, chamada “Sweet Trust”, vendia doces e guloseimas sem a presença de um vendedor no local para receber o dinheiro. As vendas eram feitas na base da confiança. Com a suspensão das aulas, os alunos tiveram a ideia de levar o negócio para dentro do condomínio onde moram já que, com a medidas de distanciamento social, as pessoas poderiam consumir os produtos sem sair de casa.

O professor de Biologia Lucas Collares explica que é importante estimular a postura empreendedora dos alunos mesmo sem as aulas presenciais: “Mantemos o contato por meio de um grupo em um aplicativo de mensagens, onde estimulo essa postura empreendedora de autonomia e proatividade deles, tanto para aprenderem como para aplicarem o conhecimento”.

Imagem: Frrepik

2) Enfatize o comportamento empreendedor de personagens históricos e da literatura – O ensino por meio de exemplos, principalmente para os alunos da Educação Básica, que inclui o Ensino Fundamental e Médio, apresenta excelente resultados. Ao invés de apenas explicar ao aluno que tal postura empreendedora é importante, é interessante mostrar atitudes de personagens conhecidos da História ou da Literatura para dar mais significado ao conhecimento e trazer para o contexto deles essa nova realidade.

A plataforma digital CER (Centro de Referência Sebrae de Educação Empreendedora) disponibiliza uma lista com sugestão de leitura de 11 bibliografias de empresários de sucesso, como, por exemplo, o livro “Bilionários por acaso: A criação do Facebook”, que conta a história dos estudantes da famosa universidade americana de Harvard que criaram a rede social. No Portal do Sebrae, o educador também encontra indicações de atividades como jogos, filmes e séries para aproveitar o tempo durante a quarentena.

3) Trabalhe exemplos de pensamento empreendedor no dia a dia do aluno – O pensamento empreendedor pode ser estimulado por meio da contextualização do conteúdo ao mercado. O professor de Biologia Lucas Collares, por exemplo, ao ensinar sobre fungos tratou do assunto de forma mais ampla e apresentou aos alunos como os fungos estão presentes na fabricação de álcool e de queijos artesanais com maior valor agregado, como os produtos da região da Serra da Canastra, em Minas Gerais.

Imagem: Frrepik

Após a apresentação do conteúdo teórico, os alunos desenvolveram um plano de negócio para a criação de um plástico biodegradável com a ação de fungos. A coordenadora nacional de Educação Empreendedora do Sebrae, Luana Carulla, acredita que o pensamento empreendedor torna o estudante mais assertivo em suas escolhas. “Até mesmo quando ele planeja a rotina de estudos em casa, está colocando em prática esse pensamento empreendedor ao tomar decisões de forma mais consciente”, destaca.

4) Identifique estudantes que tenham pais ou parentes empreendedores e peça para compartilharem essa história – É comum que estudantes não tenham a dimensão de exemplos empreendedores dentro de casa. Sendo assim, proponha atividades em que possam compartilhar experiências da família com a venda de algum produto ou serviço. Neste momento de suspensão das aulas, como não é possível convidar os pais para irem até a escola, o educador pode sugerir aos alunos a produção de vídeos com as histórias, que podem ser compartilhadas por meio do Whatsapp.

Além de permitir que eles identifiquem exemplos de empreendedorismo próximos como referência, é possível que eles possam multiplicar o que aprendem, melhorar o negócio da família e entender a relevância social do empreendedorismo ao perceber a contribuição do negócio na região onde vivem.

5) Estimule os estudantes a pensarem no seu projeto de vida e a planejar os primeiros passos para construí-lo – Com o planejamento de um projeto de vida, o estudante é capaz de direcionar melhor tanto os estudos como outros aspectos que fazem parte de sua vida em sociedade. No Ensino Médio, os alunos costumam ficar em dúvida sobre qual faculdade ingressar ou carreira seguir. A construção de um planejamento de vida ajuda a estabelecer um propósito ou norte compensador para que eles tenham um caminho claro a percorrer (AI/Sebrae).