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Brasil também é exportador de fraudes; saiba como se proteger

em Manchete Principal
sábado, 30 de março de 2024

Thiago Bertacchini (*)

Com a consolidação do PIX como uma das ferramentas mais utilizadas para realização de transferências bancárias, os cibercriminosos frequentemente criam vírus para interrompê-las. Nesse sentido, o BrasDex, malware criado para fraudar transações realizadas via Pix em smartphones Android, foi descoberto em 2022 e tem afetado diversos bancos e fazendo várias vítimas pelo Brasil.

Embora o sistema financeiro do Brasil seja um dos mais eficientes e um dos que mais investe em cibersegurança, este é um dos exemplos que mostram como o país tem enfrentado um aumento alarmante no número de tentativas de fraudes financeiras, tornando-se um dos países mais perigosos para os consumidores, especialmente no ambiente digital.

De acordo com dados do Banco Central, apenas no primeiro trimestre de 2023 ocorreram mais de 2,8 mil tentativas de fraude financeira em canais eletrônicos por minuto no país. Isso totaliza cerca de 365 milhões de tentativas de golpes somente nesse período. A invasão de contas é uma das principais formas de fraude digital no Brasil, representando mais de 70%.

Os golpistas empregam uma variedade de métodos, incluindo o uso de dados vazados, clonagem de chips e técnicas de engenharia social, como links e e-mails falsos, para obter informações de acesso das vítimas. Com isso, o país registra aproximadamente uma perda de conta por minuto, destacando a magnitude do problema.

Com um mercado gigante e cheio de oportunidades para o desenvolvimento de tecnologias e consumo, o cibercrime também fica mais complexo, e a ascensão do comércio eletrônico tem contribuído significativamente para o aumento das fraudes digitais. De acordo com um levantamento da NielsenIQEbit, no primeiro semestre de 2023 o país registrou mais de 50 milhões de consumidores virtuais, um crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com mais pessoas realizando transações online, os criminosos encontram oportunidades abundantes para agir. A economia forte do país, aliada à crescente confiança dos consumidores nas compras online, cria um ambiente propício para atividades fraudulentas.

Os serviços financeiros são particularmente afetados pela atividade fraudulenta devido à sua natureza sensível e à quantidade de dados pessoais e financeiros envolvidos.

Gangues especializadas em roubo de identidade e fraude financeira operam ativamente, aproveitando-se de lacunas na segurança e da falta de conscientização dos consumidores.

Para enfrentar esse cenário desafiador, tanto pequenos quanto grandes empreendedores precisam adotar medidas proativas para proteger seus clientes e melhorar a experiência do cliente (CX).

Soluções tecnológicas, como sistemas avançados de detecção de fraudes e autenticação multifatorial, podem ajudar a identificar e prevenir atividades fraudulentas antes que causem danos significativos. Além disso, investir em educação e conscientização do consumidor sobre os riscos de segurança cibernética e as melhores práticas de proteção pode ajudar a reduzir a incidência de fraudes.

Diante do desafio representado pelo aumento das fraudes financeiras e do avanço tecnológico dos cibercriminosos, as empresas precisam adotar abordagens mais sofisticadas e eficazes para proteger seus clientes e seus próprios sistemas. Além das medidas tradicionais de segurança, como autenticação multifatorial e sistemas avançados de detecção de fraudes, é fundamental incorporar tecnologias para fortalecer as defesas contra ameaças digitais. Confira:

  1. – Biometria comportamental – Um passo importante para a segurança é implementar sistemas de autenticação baseados em biometria comportamental. Essa tecnologia analisa o comportamento do usuário durante a interação com o dispositivo, como padrões de digitação, movimentos do mouse e até o estilo de navegação na internet, com o intuito de verificar a identidade de forma contínua e sem interferir na experiência do usuário.
  2. – Modelos de IA para identificação de comportamentos suspeitos – Modelos de Inteligência Artificial podem ser alimentados por dados para identificar padrões e comportamentos suspeitos em tempo real. No mercado é possível encontrar soluções de detecção de fraudes que utilizam IA para analisar grandes volumes de dados e identificar atividades fraudulentas com precisão e rapidez.
  3. – Análise de dispositivos e contextos – Uma excelente ferramenta para segurança de negócios online é a implementação de um sistema de análise de dispositivos e contexto que avalie não apenas o comportamento do usuário, mas também o contexto da transação, como localização, horário e histórico de atividades, para determinar o risco de uma transação ser fraudulenta.
  4. – Monitoramento contínuo e resposta proativa – Quanto melhor estabelecida a estratégia de monitoramento contínuo e resposta proativa para identificar e mitigar ameaças em tempo real, mais seguras estão as transações da companhia e seus consumidores. Esse monitoramento pode incluir a implementação de alertas automatizados para atividades suspeitas e a capacidade de tomar medidas imediatas para interromper possíveis fraudes.
  5. – Parcerias com especialistas em cibersegurança – Por fim, lembre-se que sua empresa não precisa reinventar a roda, ela pode se tornar parceira de nomes já consolidados neste setor. Colabore com empresas especializadas em segurança cibernética que oferecem soluções avançadas de prevenção de fraudes e monitoramento de ameaças. Essas parcerias podem fornecer acesso a expertise especializada e tecnologias para fortalecer as defesas contra fraudes digitais.

(*) – Desenvolvimento de Negócios Sênior da Nethone (https://nethone.com).