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Brasil faz ajustes para ‘reduzir desigualdades’ e se aproximar da OCDE

em Manchete Principal
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
Presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn.

Presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn.

A renda per capita no Brasil é bem inferior à média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas o governo tem feito ajustes para reduzir essa diferença. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, durante o lançamento de relatório da organização com sugestões da organização ao governo brasileiro, em Brasília. Para a OCDE, a sustentação da recuperação econômica do Brasil exigirá esforços adicionais para controlar os gastos públicos, aumentar o comércio internacional e o investimento e focar mais os gastos sociais nos mais necessitados.
Goldfajn ressaltou que o governo brasileiro vem adotando, nos últimos anos, ações para a “plena adesão” do Brasil à OCDE. Lembrou que o pedido formal de adesão foi feito em maio de 2017. “A maioria dos países membros consideram o Brasil um candidato relevante à posição de membro pleno, dados o tamanho e a complexidade de nossa economia, nossa tradição de posicionamentos técnicos consistentes e nosso alinhamento aos padrões e valores ocidentais”, disse.
Ele acrescentou que a adesão do Brasil representaria uma ponte entre a OCDE e os BRICS. “O reconhecimento internacional seria importante pois tende a aumentar a confiança no país e, assim, atrair mais negócios, repercutindo positivamente não só no crescimento, mas sobretudo no ambiente macroeconômico e, em especial, no custo do financiamento da dívida soberana, beneficiando a economia brasileira”, destacou.
Também na abertura do lançamento do relatório, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que muitos dos pontos apresentados pela OCDE já vêm sendo perseguidos pelo Brasil, como a reforma da Previdência. Segundo o ministro, o Brasil precisa simplificar e facilitar o apoio a setores, além de “dinamizar o mercado de longo prazo de crédito para facilitar acesso de investidores a esse mercado”. Ele reafirmou o interesse do Brasil em integrar a OCDE e em “passar a adotar ao longo do tempo práticas políticas coerentes com as melhores práticas internacionais”.
A OCDE, sediada em Paris, é uma organização internacional formada por 35 países. O Conselho da OCDE está analisando o pedido de adesão do Brasil, formalizado em maio de 2017. Além do Brasil, o Conselho analisa pedidos semelhantes da Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia (ABr).