São Paulo – Se o governo confirmar o aumento da alíquota sobre o aço importado, medida que vem sendo estudada pela equipe econômica, a indústria brasileira que consome esse item terá sua competitividade prejudicada, afirmou ontem (25), o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, após a divulgação de dados do setor em outubro.
“Já estamos em uma situação de crise monumental, teremos nossa competitividade ainda mais afetada (se houver o aumento da alíquota)”, disse. Ele lamentou também que o governo esteja consultando apenas as fabricantes de aço do Brasil sobre o possível aumento. “O governo deveria chamar toda a cadeia, além daqueles que fabricam o aço”, acrescentou o executivo, que se reuniu na manhã de ontem com outras 11 entidades de empresas brasileiras que consomem aço para discutir a medida do governo. As entidades criticam a alteração porque teriam de pagar mais caro para importar o aço.
Pastoriza argumentou que a indústria que consome o insumo tem maior relevância para a economia brasileira do que os fabricantes de aço e, portanto, deveria ser levada em consideração. “O setor de aço no Brasil é composto por 11 oligopólios, que faturam R$ 30 bilhões por ano e somam 120 mil empregos diretos. As 12 entidades aqui reunidas faturam R$ 700 bilhões e empregam 4 milhões de pessoas diretamente”, comparou.
O presidente da Abimaq disse ainda que o aço importado representa “apenas” 10% do consumo do item no Brasil e, por isso, as fabricantes brasileiras não deveriam fazer este “escândalo”. “As fabricantes de aço estão passando por dificuldade porque nós, que consumimos o aço, estamos quebrando, sem mercado. Então, essa medida é um tiro no pé do setor”, afirmou (AE).
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