O retorno aos escritórios em um formato cada vez mais presencial no pós-pandemia vem acelerando a ocupação das lajes corporativa mais rapidamente do que a elevada entrega de novos empreendimentos. É o que mostram os recentes estudos das principais empresas ligadas ao mercado de imóveis comerciais.
De acordo com a JLL, a absorção líquida acumulada nas principais áreas de escritórios da capital paulista foi a maior desde o início da pandemia, sendo 67 mil m² somente no último trimestre. A projeção para este ano é que sejam entregues mais de 127 mil m² de novo estoque de alto padrão.
“O mercado está com tendência de alta, sobretudo tendo em vista o acelerado processo de retorno ao trabalho presencial. Empresas que, durante o período da pandemia e imediatamente posterior, adotaram o modelo do home office, estão se esforçando para reverter este processo, trazendo o colaborador de volta ao espaço físico.
Essa migração, já em curso há meses, causa forte impactos no mercado”, explica Daniel Alouan, gestor do fundo imobiliário da Zavit. O fundo mantém em seu portfólio lajes corporativas com vacância zero. Alouan explica que essa retorno ao presencial (com taxas de vacância reduzidas) tem, inclusive, favorecido os locadores na renegociação de contratos de aluguel de lajes próximos do vencimento.
Com esse cenário, a Cushman & Wakefield, outra empresa especializada em compra, venda e locação de imóveis comerciais, prevê aquecimento do mercado em todos os aspectos, com valorização do aluguel, queda de vacância e absorção líquida maior. Já a CBRE, destaca que o aumento na ocupação dos prédios de escritórios tende a continuar, pois existe, ainda, uma demanda reprimida por espaço.
Com um portfólio composto por lajes corporativas, mas também por galpões logísticos e imóveis de renda urbana (sendo, portanto, um fundo misto de tijolo), o ZAVI11 anunciou recentemente a distribuição dos rendimentos no valor de R$ 1,34 por cota – equivalente a 12,05% ao ano e livres de imposto de renda para pessoa física (característica dos FIIs), referente ao mês de fevereiro de 2024.
“Os valores positivos refletem, em alguma medida, a consolidação da demanda por imóveis comerciais, mas também uma estratégia acertada na gestão de galpões e outras classes de ativos, privilegiando contratos atípicos, que pressupõem, por exemplo, prazos mais longos de locação e uma multa por rescisão contratual mais elevada que nos contratos normais, trazendo maior previsibilidade do rendimento”, explica Alouan.
Movimento semelhante é visto na América Latina. O estudo “Futuro do trabalho: os modelos para o local de trabalho na América Latina” afirma que a região tem a menor adoção ao trabalho remoto, com apenas 10%, e conta com uma grande penetração do trabalho híbrido, com 72%. Por isso, as empresas têm utilizado estratégias para tornar seus espaços de trabalho mais atrativos, mesmo que para isso seja necessária a expansão desses espaços.
“Hoje, escritórios não são somente locais de trabalho e reuniões, mas também um espaço de convivência. As empresas têm buscado fomentar a troca de experiências e um diálogo mais próximo com os funcionários; para isso, estão readequando os escritórios, investindo em espaços cada vez mais abertos e com um ar moderno e tecnológico”, detalha Alouan. “Para quem pretende investir no setor, é a hora de olhar com carinho para lajes maiores”.
Já mundialmente, o estudo “Market Outlook 2024”, da CBRE, diz que o mercado de escritórios deve permanecer em alta, com níveis semelhantes do pré-pandemia. Na Europa, por exemplo, a tendência é a manutenção do híbrido, mas a preocupação em despertar interesse nos funcionários a irem no presencial faz com que as empresas invistam em espaços aconchegantes, com muito conforto e amenidades. Portanto, a procura é por espaços grandes e espaçosos. – Fonte: (https://zavit.com.br).