Sergio Pedroso (*)
Desde o início da Covid-19, fomos forçados a experimentar mudanças que têm gerado angústias. A incerteza tem sido uma constante. No Brasil, foram perdidos quase cinco milhões de empregos no período de fevereiro a abril, segundo o IBGE. Medidas como mudança na estratégia, implementação de novas tecnologias ou reajuste orçamentário são importantes, mas o que realmente vai manter o negócio produtivo é uma liderança adequada a este momento que estamos vivendo.
Os líderes de hoje precisam ser flexíveis e ter a capacidade de se adaptarem. Precisam estar realmente dispostos a criar novos hábitos, implementar novas práticas e processos e estarem preparados para disseminar uma sensação de segurança para a equipe. Alguns conselhos para colocar isso em prática são:
1 – Seja completamente transparente – A comunicação direta e honesta é fundamental. Informar sua equipe sobre o que irá acontecer com suas funções, se serão ou não necessários em uma suposta nova estrutura, e quais precisarão se adaptar à medida que a nova estratégia avança é essencial para evitar uma surpresa e o sentimento de traição e perda de confiança do funcionário — algo que é muito difícil de recuperar depois. E isso leva a uma outra verdade: a de saber lidar com as emoções.
2 – Não minimize as emoções – A depressão e a ansiedade são responsáveis por um grande impacto econômico: estima-se que, anualmente, custam US$ 1 bilhão em perda de produtividade para a economia global, segundo a OMS. As emoções são uma força esmagadora que, se não forem bem conduzidas, podem afundar a organização em conflitos emocionais. Gerald Zaltman, professor da Harvard Business School, diz que 95% das decisões são tomadas pelas emoções, o que leva a crer que um líder que saiba geri-las da melhor forma, certamente terá bons resultados.
É imprescindível que os líderes não assumam que sabem o que os seus colaboradores sentem. A idade, por exemplo, é um elemento. Pessoas com mais de 40 anos tendem a resistir às mudanças e a terem mais dificuldade para lidar com as emoções. Já os millennials, costumam ser mais entusiasmados com as mudanças, desde que traga algum benefício a eles, como novas competências, visibilidade ou incremento no salário.
3 – A importância de cada um da sua equipe – Com frequência, a liderança está sempre tão ocupada com os objetivos de negócio que acaba acelerando demais suas equipes, sem dar tempo para que eles se lembrem da importância que têm na empresa. Dar autonomia aos seus colaboradores gera um incentivo para que sejam mais criativos e se sintam parte da mudança; sendo a melhor forma de empoderá-los. Empresas que criam um clima de participação e igualdade são muito mais saudáveis, porque essa prática afeta diretamente a motivação das pessoas e, consequentemente, a produtividade.
Dessa forma, os líderes têm um papel muito importante nas organizações: o de incentivar e apoiar a comunicação e integração da equipe, para gerar melhores resultados a todos. As mudanças sempre existiram e existirão nas empresas, sendo, inclusive, necessárias. E uma liderança competente e inspiradora irá resultar em uma equipe motivada e cheia de vontade de fazer acontecer — o sonho de toda a empresa.
(*) – É gerente de Comunicação da Zendesk para a América Latina.