Apesar de relatarem estar atravessando a crise mais endividadas, as mulheres empresárias pedem menos crédito que os homens, mas quando solicitam, conseguem mais financiamentos com as instituições financeiras. Essa é a conclusão do estudo do Sebrae que analisou o histórico das últimas edições da pesquisa “O Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o levantamento, apesar de em todas as edições as donas de pequenos negócios recorrerem menos aos bancos que os homens, em todas edições elas obtêm mais êxito na solicitação. Um dos possíveis motivos para o maior aval para os pedidos de financiamento para as mulheres pode ser explicado pelo seu histórico de melhor pagadoras.
“As mulheres são mais adimplentes, na média, e os bancos levam isso em consideração. Por outro lado, ainda observamos barreiras culturais por parte das instituições financeiras quando a mulher negocia operações de crédito”, observa a analista de empreendedorismo feminino no Sebrae, Renata Malheiros.
De acordo com Renata, as mulheres ainda recorrem menos ao crédito por questões culturais adquiridas desde a infância e que interferem na vida adulta. “O público feminino ainda tem uma relação distante das instituições financeiras. Muitas acreditam que é um universo inacessível, seja por crenças individuais, seja porque não encontram ambiente amigável, não se sentem à vontade para solicitar um empréstimo e encarar uma negociação”, pontua.
O Sebrae tem trabalhado junto ao público feminino e com as instituições financeiras para estimular a mudança deste quadro. As empreendedoras recebem capacitações para que tenham mais autoconfiança, familiaridade com os números e técnicas de negociação. Além disso, a instituição também trabalha com sensibilização junto aos bancos para que haja maior compreensão das questões culturais que impactam o universo feminino e para que ofereçam soluções que atendam a homens e a mulheres (AI/Sebrae).