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Planejamento sucessório: o baixo grau de maturidade das companhias

em Especial
segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Somente uma pequena parte das empresas brasileiras – cerca de 6,9% – opera nos moldes ideais quando o assunto é planejamento sucessório. São companhias que, para além de contar com um plano formal de sucessão, o implementam e o comunicam de forma consistente, com revisões frequentes, e o complementam com um programa de desenvolvimento de sucessores.

Para grande parte das empresas brasileiras, de acordo com a Evermonte Executive Search, planejar a sucessão é algo ainda distante da realidade. Os dados são da pesquisa “Planejamento Sucessório: como as companhias estão se preparando para o futuro?”, produzida a partir de entrevistas com executivos de empresas localizadas nas cinco regiões do País e faturamento anual de até R$ 2 bilhões.

“Quase metade das companhias analisadas (49,2%) não possui um plano formal de sucessão, o que sugere uma insuficiência em relação às estratégias empreendidas para conduzir a transição entre cargos críticos”, ressalta o sócio da Evermonte, Guilherme Abdala. “Outro dado relevante é que 35% possuem um plano formal, mas este não é conhecido pelos colaboradores, levantando questões sobre sua eficácia na retenção de talentos e progressão de carreira”, complementa.

Embora a maioria dos respondentes afirme que o planejamento sucessório é visto como extremamente importante dentro das organizações em que atuam, os dados mostram que ele ainda não é uma pauta de grande recorrência – e nem uma prioridade – nas companhias.

De acordo com o sócio da Evermonte, há três motivos principais para que as empresas não disponham de planos sólidos para a sucessão das lideranças: a cultura organizacional, a falta de priorização e o foco no curto prazo. “Esses pontos refletem uma realidade de mercado permeada por hierarquias rígidas e falta de flexibilidade, desalinhamento estratégico e pressão por resultados imediatos”, ressalta Abdala.

. Grau de maturidade – A partir dos dados obtidos na pesquisa, a Evermonte classificou em cinco estágios o grau de maturidade das empresas brasileiras em relação ao planejamento sucessório. O primeiro estágio engloba as companhias nas quais ele é inexistente – são 49,2% das empresas analisadas no estudo.

Em um segundo grau de maturidade, chamado de estágio inicial, estão as companhias que contam com um plano de sucessão, mas ele não é amplamente conhecido pelos colaboradores – o correspondente a 35,4% dos entrevistados. No terceiro estágio, no qual estão 6,2% das organizações participantes da pesquisa, estão as companhias consideradas “emergentes”, ou seja, aquelas que possuem um planejamento sucessório e ele é amplamente conhecido pelos colaboradores, porém não é implementado de forma consistente.

O estágio seguinte contempla as empresas consideradas “maduras”, ou seja, que contam com um plano de sucessão, que o comunicam para os colaboradores e que o implementam de forma consistente (2,3% dos respondentes). Por fim, no estágio máximo, considerado ideal, estão 6,9% das empresas – são aquelas que tem um plano, o comunicam, fazem revisões constantes e o complementam com um programa de desenvolvimento de líderes.

No comparativo entre organizações de diferentes portes, a pesquisa revelou que, quanto maior o faturamento, mais eficientes são os planos de sucessão. “Em companhias com faturamento de até R$ 500 milhões, o planejamento sucessório tende a ser mais informal, com maior influência da liderança atual. Nas empresas com faturamento entre R$ 500 milhões e R$ 2 bilhões, já existe o envolvimento de consultorias especializadas na elaboração desses planos.

E, nas organizações que faturam acima de R$ 2 bilhões, o planejamento é alinhado à estratégia de longo prazo da empresa, sendo mais robusto e eficaz”, ressalta Guilherme. – Fonte e mais informações: (https://evermonte.com/).