Milton Almeida dos Santos nasceu em Brotas de Macaúbas, Bahia em 1926e faleceu em São Paulo em 2021.
Ueliton Messias (*)
Curiosamente, apesar de graduado em Direito, acabou se tornando um dos maiores nomes da geografia mundial.
Foi professor de diversas universidades: Federal da Bahia, Paris 1 Panthéon-Sorbonne, Columbia, Toronto, Dar es Salaam e USP. Conciliou suas atividades acadêmicas com consultorias prestadas a entidades como Organização Internacional do Trabalho, Organização dos Estados Americanos e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, além de ter sido membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.
Recebeu várias homenagens: em 1994, ganhou o Prêmio Vautrin Lud, a mais alta honraria da área da geografia, equivalente a um Prêmio Nobel – Milton Santos foi o único geógrafo da América Latina a ter recebido o prêmio em questão. No Brasi, a Lei no 10.894, de 14 de julho de 2004, declarou-o Patrono da Geografia Nacional. Também recebeu 14 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Argentina, França, Espanha e Brasil.
Milton Santos escreveu mais de 40 livros, publicados não apenas no Brasil, como também em países como França, Reino Unido, Portugal, Japão e Espanha.
Tenho especial apreço por um de seus livros, o “A natureza do espaço”, em que analisa o espaço geográfico em relação à evolução das técnicas e noções de objeto e ação, além de discutir assuntos como o período informacional, crescimento de redes geográficas, globalização e meio técnico-científico informacional.
Com esse livro, Milton Santos ganhou o Prêmio Jabuti – Ciências Humanas de 1997;nele mostra como o que chama ´´Força do Lugar´´ se impõe, pela sua densidade humana, ao processo perverso da globalização.
Essa obra tornou-se fonte de consulta obrigatória para a compreensão do espaço geográfico e seu papel na dinâmica social.
(*) Doutor em Fisiologia Vegetal pela UNICAMP, é pesquisador da Embrapa e membro do Rotary Club de Jundiaí e da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros
