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Equilíbrio entre poupança e consumo gera crescimento sustentável para o país

em Especial
segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Thiago Savian (*)

No contexto econômico atual, onde o consumo desenfreado muitas vezes é incentivado como motor de crescimento, é crucial reavaliar a importância do equilíbrio entre poupança e consumo para alcançar um desenvolvimento econômico mais sustentável.

Este equilíbrio não apenas fortalece a resiliência financeira individual e coletiva, mas também sustenta uma base sólida para o avanço econômico a longo prazo.
Esse rendimento desempenha um papel fundamental nas finanças ao proporcionar recursos para investimentos produtivos. Quando os indivíduos e as famílias economizam, acumulando recursos que podem ser canalizados para investimentos em negócios, infraestrutura e inovação.

Esses investimentos não apenas impulsionam a criação de empregos e aumentam a produtividade, mas também estimulam a economia sustentável ao longo do tempo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), o indicador brasileiro fica abaixo de alguns países latino-americanos e é bem inferior ao de países asiáticos.

A taxa do México, por exemplo, deve fechar em 22,6% do PIB neste ano, enquanto a do Chile atingirá 19,8% do PIB e a do Peru, 19% do PIB, segundo números do Fundo Monetário Internacional (FMI). Entre os asiáticos, o nível de poupança deve alcançar 44% do PIB na China, ficando em quase 30% do PIB na Índia e na Indonésia e em 26,8% do PIB na Malásia.

Em tempos de crises econômicas, desemprego ou emergências pessoais, ter reservas financeiras pode ajudar a mitigar os impactos adversos e sustentar o consumo básico sem recorrer a endividamentos insustentáveis. Por outro lado, é essencial para impulsionar a demanda agregada na economia, estimulando a produção e o emprego.

Quando confiantes e bem-informados, contribuem para um ciclo econômico saudável, onde estimulem não apenas o bem-estar material, mas também o desenvolvimento social e cultural. Neste ponto, é crucial a diferença entre consumo sustentável e consumo excessivo.

Em linhas gerais podemos dizer que o primeiro envolve escolhas conscientes que consideram o impacto ambiental, social e econômico a longo prazo, que incentiva padrões responsáveis não apenas preservando recursos naturais finitos, mas também apoiando práticas empresariais éticas, promovendo assim uma economia mais equitativa e inclusiva.

Já o segundo já se diz, desmoderado, e muitas vezes desnecessário. Isso resulta da interação equilibrada entre poupança e consumo. Quando os indivíduos e as famílias poupam de forma consistente, eles contribuem para a acumulação de capital que alimenta o investimento produtivo e a inovação. Por outro lado, quando responsável e bem gerido, sustenta a demanda agregada e impulsiona a atividade econômica.

Para o país, alcançar um crescimento financeiro sustentável requer políticas públicas que impulsionam a poupança pessoal e familiar, ao mesmo tempo, promovam um ambiente favorável ao consumo responsável e sustentável. Isso pode incluir medidas como educação financeira, incentivos fiscais e investimento, regulamentações que apoiam práticas comerciais responsáveis e políticas de sustentabilidade ambiental.

Por fim, concluo que encorajar uma cultura de poupança responsável enquanto promove um consumo consciente e sustentável é fundamental para construir uma economia robusta e equitativa. O consórcio é uma poupança “turbinada”, a qualquer momento, seja por sorteio ou lance ao fazê-lo, não apenas fortalecemos a segurança financeira individual e coletiva, mas também asseguramos um futuro próspero e sustentável para o país.

(*) – É Diretor Comercial da Unifisa, empresa brasileira de soluções financeiras (https://www.unifisa.com.br/).