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A desigualdade posta à mesa

em Especial
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
A desigualdade temproario

A desigualdade posta à mesa

Um prato de comida no Malawi custa muito mais que em Davos, considerando o custo da refeição comparado à porcentagem da renda diária de uma pessoa. Enquanto líderes políticos e empresariais se reuniram na semana passada no Fórum Econômico Mundial, o Programa Mundial de Alimentos (WFP- sigla inglês) elaborou uma análise de como o custo elevado da comida pode impactar as pessoas mais pobres do mundo

A desigualdade temproario

Fórum Econômico Mundial expõe desigualdade abrupta no custo de um prato de comida.

Katherine Rivas/Envolverde

Com a pesquisa conhecida como Hot Dinner Date (Dados de um Jantar Quente), Programa Mundial de Alimentos descobriu que segundo a proporção da renda, as pessoas de países em desenvolvimento podem pagar 100 vezes mais do que os países ricos por um prato básico de comida. E nos locais mais carentes ou em países devastados por conflitos o custo pode ser até 300 vezes mais caro.

Suponhamos que seja uma tigela de guisado de feijão, uma refeição quente e nutritiva consumida em diversas regiões e culturas. Esta refeição pode custar para alguém da Suíça apenas 0,41% da sua renda diária é dizer 0,88 francos suíços (CHF) ou menos de um dólar nos Estados Unidos. No entanto, para uma pessoa em Malawi seria preciso gastar 41% da sua renda diária para poder ter acesso a esta mesma refeição. Em relação a moeda suíça estaríamos falando de 86,53 francos (100 vezes mais do que o valor original da Suíça).

No outro extremo, na cidade síria Deir Ezzor, o custo de uma tigela de feijão supera a renda diária de um morador, equivalente a 271,40 francos suíços comparado a moeda inicial. Já na Índia e Nicarágua, apesar de ter um valor mais accessível o custo ainda seria 10 ou 15 vezes superior ao da Suíça.

“O estudo da Hot Dinner apresenta uma nova visão ao mundo, que ilustra as distorções do poder de compra dos ricos e dos pobres quando tentam suprir suas necessidades alimentares básicas” afirma o economista chefe do Programa Mundial de Alimentos, Arif Husain “É um lembrete de que o acesso a uma alimentação nutritiva deve ser um direito igual para todos”.

Os valores elevados por comida nas cidades pobres são fruto dos enormes prejuízos gerados pela deficiência dos sistemas de armazenagem, transporte e distribuição; a dependência excessiva de algumas culturas; a falta de acesso aos mercados para os agricultores locais, o preparo insuficiente frente as mudanças climáticas, e os conflitos gerados por queixas ou alocação de recursos.

O Programa Mundial de Alimentos acredita que com medidas firmes para direcionar estes desafios, desde a diversidade de culturas até a redução do desperdiço de alimentos na cadeia nutricional será possível que um prato de comida esteja ao alcance de todos. Enquanto o trabalho com parceiros locais e globais para atingir os níveis zero de fome tem continuidade, o programa continua destacando as desigualdades no custo dos alimentos, expandindo os dados da pesquisa para incluir dezenas de outros países.

Dados importantes
Uma tigela de feijão é determinada com base em 600 calorias, cerca de um terço da quantidade das necessidades nutricionais de um adulto. O Programa Mundial de Alimentos é a maior instituição humanitária que luta contra a fome mundial, fornecendo assistência alimentar em situações de emergência e trabalhando com comunidades para melhorar a nutrição e criar resiliência. Todos os anos o Programa Mundial de Alimentos da assistência a quase 80 milhões de pessoas em 80 países (#Envolverde).