Queijaria Santa Vitória, Fazenda Santa Vitoria- Queluz, SP
Detentora de dois prêmios no Campeonato anual do Queijo Brasileiro, arrematando medalha de bronze para seu Iogurte e o queijo Meia-Cura com Alecrim, a Queijaria Santa Vitória iniciou a produção há um ano, portanto, ainda pequena – cerca de 200 a 400 litros por dia. Mas projetam aumentar estes números, sem, contudo, perderem a aura e a essência de artesãos.
A meta é chegar a produzir cerca de 2 mil litros / mês acompanhando o ritmo da produção leiteira, da ordem de 7 mil litros/ dia. Na Casa Santa Luzia, os produtos já disponíveis incluem o queijo Meia-Cura, Meia-Cura com Ervas, Meia-Cura com casca lavada na cerveja, o queijo de massa lavada e casca de urucum e o famoso iogurte, que começou a ser produzido pela Fazenda Santa Vitória a pedido dos hóspedes.
Exemplo da arquitetura rural e da cultura do Vale do Paraiba, a Fazenda Santa Vitória, em Queluz data do século XIX, durante o ciclo do café e completa 100 anos em 2023. Construída em 1850, hoje transformou-se em um cativante refúgio no interior de São Paulo, com charmosas e confortáveis acomodações. Além de contribuir para a preservação do patrimônio histórico da região, a Fazenda permite que hóspedes desfrutem de uma hospitalidade genuinamente rural e conheçam os belos cenários no seu entorno de 4 mil hectares, cravados na Mantiqueira. Riachos com água cristalina, pastos, florestas e muito contato com a natureza garantem o desejado “retreat” e uma genuína experiência de turismo rural (www.fazendasantavitória.com.br).
Fazendas Santa Vitória, Atalaia, Lano-Alto, Sant’Anna e Santa Luzia oferecem visitação e prova de queijos premiados
Assim como no enoturismo, as viagens rurais conquistam cada vez mais espaço, principalmente quando aliadas à experiencias gastronômicas em regiões com fabricantes de tradição e prestígio. Tem sido assim com o queijo artesanal brasileiro e o interior de São Paulo tornou-se um importante celeiro de queijarias renomadas, premiadas e reconhecidas internacionalmente, que merecem ser visitadas.
As premiações internacionais têm sido importantes para consolidar a imagem desses queijos no mercado global, e destacar o Brasil como um produtor de queijos de qualidade, graças à diversidade dos produtos oferecidos pelos produtores artesanais, que seguem técnicas tradicionais de produção, valorizando ingredientes locais.
Fazenda Atalaia
Instalada em uma fazenda histórica do século XIX – localizada em Amparo, a 130 quilômetros de São Paulo -, a queijaria toma emprestada as construções daquele tempo, que serviam de apoio à atividade cafeeira. A produção, que começou informalmente há mais de 20 anos com venda de variedades frescas de porta em porta, é hoje a principal ocupação da propriedade tocada pelo casal de mestres-queijeiros Rosana e Paulo Rezende.
A queijaria une história e inovação ao maturar criações autorais em tulhas (casas de taipa com boa condição isotérmica, onde eram armazenados grãos de café). De casca dura, picante, frutado e levemente salgado, o queijo Tulha (daí o nome) ganhou medalha de ouro no World Cheese Award 2016-17 e é um dos mais representativos da marca. Já o Mogiana é maturado por 120 dias, tem boa acidez, tom alaranjado por conta do uso de urucum na massa e é indicado para receitas quentes. A queijaria oferece ainda o queijo Mantiqueira, de sabor suave, apresentado em duas versões: com casca maturada com alecrim ou lavada na cerveja Stout, que apresenta maior cremosidade (https://fazendaatalaia.com/)
Fazenda Lano-Alto, São Luis do Paraitinga, SP
Localizada em Catuçaba, no topo da Serra do Mar, a Lano-Alto é uma fazenda experimental idealizada pelos ex-publicitários Yentl Delanhesi e Peèle Lemos. Os experimentos por lá são dos mais diversos, indo da produção de alimentos, a construções de madeira e workshops sobre a vida rural. Os vários tipos de alimentos fermentados é mais um deles: fermentações no mel, no açúcar, kombuchas e, claro, queijo.
Os queijos são produzidos com leite cru de vacas Jersey, criadas a pasto e técnicas naturais, e utilizam fermentos naturais. Atualmente, oferecem dois tipos de queijo: o Causo, de massa semi-cozida e maturação feita em baixa temperatura e alta umidade por 5 meses – que recebeu medalha super ouro no Mundial do Queijo do Brasil em 2022. E o Romano, de massa fechada e também semi-cozida, que envelhece por 8 meses, resultando em sabor mais intenso, com leve picância – ganhou medalha de ouro no Mundial do Queijo do Brasil em 2022.
Fazenda Sant’Anna, Pardinho Artesanal – Pardinho, SP
Antes de investir na produção queijeira, os negócios da Fazenda Sant’Anna, em Pardinho, a 207 quilômetros de São Paulo, iniciados há mais de 40 anos, estavam voltados à criação de gado de raça, como o Gir. A queijaria surgiu três anos atrás como consequência quase natural da qualidade da matéria-prima que se tinha em mãos. Maturados em caves subterrâneas por até 15 meses, os queijos da marca são preparados com leite cru e unem o fazer artesanal ao que há de mais moderno na esfera técnico-laboratorial.
O Cuesta, primeiro entre as outras quatro variedades oferecidas no catálogo fixo, é feito 100% com leite de Gir alimentado a pasto e curado por oito meses – é untuoso, macio e adocicado, com notas amendoadas, baixa acidez e sal na medida. Já a receita do Cuestazul, suave e levemente salgado, utiliza blends de leites, sempre com no mínimo 50% provenientes de vacas Gir, e mofo azul (Penicillium roqueforti). Por fim, o Mandala, feito com leite cru em tachos de cobre e maturado por 18 meses sobre madeiras, é apresentado em peças de 10kg, tem sabor adocicado e bom derretimento. O último lançamento da marca é o Creme, primeiro queijo de massa mole da marca (http://pardinhoartesanal.com.br/).
Fazenda Santa Luzia, Itapetininga – SP
Fundada em 1976 pela família Breuer em Itapetininga, a 165 quilômetros de São Paulo, a fazenda fez fama no setor do agronegócio com a criação de gado da raça Simental. Vinte e cinco anos depois, verticalizou a produção leiteira do tipo B, que passou a ser 100% transformada na queijaria artesanal anexa – a primeira do Estado a conquistar registro no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISP). O portfólio reúne 18 tipos de queijos, entre frescos e maturados por até três anos, de leite cru ou pasteurizado, mofado, com casca lavada.
As criações do casal de mestres-queijeiros Maristela Nicolellis e Martin Breuer incluem o Giramundo, “primo” do queijo do Reino, tem formato de bola, casca tingida com beterraba e sabor intenso, resultado dos quatro meses da cura. Já o Tropeiro, de massa cozida, é coberto por cinza vegetal para conferir um aspecto original e proteger as peças do mofo. A técnica confere ao queijo um aspecto cinzento, sabor suave e textura amanteigada – ganhou medalha de ouro nas 4 edições do concurso Queijo Brasil (https://www.queijocomarte.com.br/).