Faltando menos de um mês para o início de um novo ano, os gestores de startups e outras empresas precisam estar, ao mesmo tempo, lançando olhares para o desempenho do ano que fica para trás e pensando em 2023, se quiserem ter a organização necessária para um crescimento planejado e sólido.
A principal função do planejamento financeiro nas organizações é balizar as ações do empreendedor e criar uma referência, um norte, para os resultados futuros. De acordo com o cofounder e CEO da Triven, empresa especializada em serviços financeiros como CFO as a Service, Fernando Trota este planejamento financeiro, quando bem executado, pode gerar importantes outputs para o negócio.
A projeção de receitas deve levar em consideração aspectos como o tamanho da equipe comercial para atingir o número esperado; a robustez do produto para suportar a curva de crescimento proposta; as dimensões das estruturas, a velocidade de crescimento e, principalmente, a contratação do time proposto.
“É muito comum encontrarmos projeções financeiras prevendo a contratação de, por exemplo, 10 desenvolvedores em um único mês. Se a empresa não tiver capacidade de contratar nessa velocidade, o plano de negócios já começa errado. Outro ponto fundamental é modelar cenários: realista, otimista e pessimista. Com isso, deve-se criar ‘gatilhos’ para todos os outros parâmetros, em função desses cenários”, pontua o CEO.
Além disso, o planejamento pode nortear indicadores importantes, como a capacidade de geração ou consumo de caixa (“burn”) e, consequentemente, o tempo de duração deste caixa (“runway”) para cada cenário desenhado. No caso das startups, planejar é essencial para que sejam previstas ações como a necessidade de captação de recursos e o melhor momento e forma de fazê-la.
“Caso seja constatada a necessidade de novas rodadas de investimento, é preciso que se estabeleça um prazo mínimo de antecedência para que o empreendedor possa abrir conversas com potenciais investidores. Se a negociação de novas rodadas é por volta de seis meses, o empreendedor precisa começar a se preparar quando o runway atingir oito meses”, complementa Trota.
O planejamento anual deve ser iniciado com base nos parâmetros estratégicos da companhia, que vão orientar a projeção da principal métrica: a receita. A definição dos parâmetros esperados de receita deve ser feita pelos executivos responsáveis por Sales e Growth – muitas vezes, essas pessoas são sócias.
A projeção de receitas se desdobra em planejamento de custos e despesas, e os responsáveis pelas demais áreas – CS, Financeiro, Tecnologia, Produtos – devem ser envolvidos, no sentido de simularem os gastos que suportem a curva de receitas planejada e avaliarem a estrutura necessária para esse crescimento proposto (pessoas, infraestrutura, ferramentas, etc).
“É importante que se faça um planejamento para o ano todo, mas que seja ajustado em períodos menores, como a cada três meses. Outro ponto é que sejam compartilhadas com os colaboradores as métricas de performance individuais relacionadas aos objetivos que foram planejados”, acrescenta o CEO. – Fonte e outras informações, acesse: (https://triven.com.br/).