Farias Souza (*)
Diversas empresas estão estruturando seus Conselhos e assim o mercado de conselheiros está cada vez mais aquecido no país. Segundo uma pesquisa global da Korn Ferry, entre 2014 e 2020, o crescimento de conselheiros independentes foi de 39% para 60%. Os conselhos consultivos, sejam eles fiscais ou de administração, desempenham um papel essencial na tomada de decisões estratégicas das empresas. A formação do conselheiro deve ser abrangente e levar em consideração o cenário nacional, mas sem perder de vista o panorama internacional, que impacta diretamente os negócios brasileiros. Compartilhar experiência, definir master classes comuns, permitindo o acesso do aluno a uma rede global e única de conselheiros são ações bem-vindas.
Falando no intercâmbio entre os profissionais, é importante investir na troca entre países que apresentam desafios parecidos, como é o caso da América Latina. Os conselheiros em formação destas nações devem buscar soluções em administração de forma conjunta, mas sem esquecer do contexto internacional de problemas como clima, conflitos geopolíticos e a recessão iminente. O compartilhamento de conhecimentos e o networking favorecem a aprendizagem, é necessário unir forças para bem de todos.
A redução da idade na participação nos conselhos é outro fator que está incentivando a participação de mais pessoas. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial (IBDEE), em 2021, conselheiros com menos de 50 anos estão em 74% das organizações. O levantamento considerou 61 conselheiros, de empresas de todos os portes e segmentos. A formação deve levar em conta uma faixa etária diversa e também a questão de gênero.
Aliás, um dos desafios da formação executiva de conselheiros consultivos no Brasil é a falta de diversidade. As empresas estão gradativamente se tornando mais inclusivas, logo a educação dos conselheiros deve acompanhar os novos tempos com maior participação das mulheres e de outras minorias.
É notável que a formação de conselheiros desempenha um papel crucial na melhoria da governança corporativa no Brasil. É fundamental que os conselhos de administração sejam compostos por indivíduos qualificados e comprometidos, capazes de tomar decisões estratégicas que beneficiem as empresas e a economia como um todo. A evolução contínua desse setor é importante para fortalecer a confiança dos investidores e promover o desenvolvimento sustentável das empresas brasileiras.
(*) CEO de Board Academy.