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Varejo: crise pode provocar perda de R$ 115 bilhões

em Economia
segunda-feira, 13 de abril de 2020

Também é importante a manutenção das empresas e dos empregos e um plano de retomada da economia. Foto: g1.globo.com/reprodução

A FecomercioSP acompanha os desdobramentos que a pandemia tem provocado em diversos setores da sociedade, em especial o de comércio e serviços, e entende e aceita as restrições impostas ao funcionamento do comércio e à circulação de pessoas, mas tem cobrado dos governos estadual e federal mais profundidade e velocidade das ações já anunciadas para a manutenção das empresas e dos empregos, bem como um plano de retomada da economia – que sofrerá consequências severas.

Para compreender melhor o cenário atual e o que esperar dos próximos meses, a Federação produziu uma estimativa exclusiva com base na retrospectiva de crises anteriores, como a que o País enfrentou em 2015 e 2016, quando o faturamento do comércio varejista sofreu 10% de retração nas vendas, o equivalente a um prejuízo de quase R$ 600 bilhões no período.
Com três tipos de cenários que podem ocorrer durante a pandemia, as projeções levam em consideração uma redução das vendas nos meses de abril, maio e junho em relação às estimativas feitas pré-crise causada pelo coronavírus.

Antes do período, a perspectiva da FecomercioSP era de que o comércio brasileiro atingisse quase R$ 2 trilhões de faturamento em 2020, registando crescimento de 2,4% em relação ao ano passado, ou R$ 5,4 bilhões de vendas diárias nos 366 dias deste ano. No entanto, em um cenário moderado, a Federação prevê queda de ao menos 5,9% em cada um dos três meses citados e, depois, retorno gradual ao ritmo normal. Dessa maneira, haveria retração anual de vendas de R$ 115 bilhões, o equivalente a uma baixa de 3,6% sobre 2019, considerando as estimativas pré-crise.

Para se ter uma ideia, o valor dessa baixa equivale a 21 dias de todos os estabelecimentos comerciais do País completamente fechados. Já em uma conjuntura mais grave diante da pandemia, o varejo brasileiro pode registrar recuo mensal de 10% nas vendas de abril, maio e junho. A queda anual seria de R$126 bilhões. Por fim, em uma circunstância aguda, a queda poderá ser de 15% em cada um desses três meses. O recuo anual ficaria em torno de R$ 138 bilhões. Esse impacto financeiro representa 25 dias dos estabelecimentos com faturamento zero (AI/FecomercioSP).