O Mercosul e a União Europeia (UE) estão perto de resolver um dos impasses que travam a aprovação definitiva de um acordo de livre comércio entre os dois blocos, que é negociado há mais de 20 anos. Xiana Méndez, secretária de Comércio da Espanha, país que ocupa a presidência rotativa da UE neste semestre, disse ontem (27) que as duas partes “nunca estiveram tão próximas de concluir as negociações sobre os documentos adicionais em matéria de sustentabilidade, que podem favorecer a assinatura do acordo”.
Capitaneado pelo presidente Lula, o Mercosul exige mudanças em um documento proposto pela UE no início do ano com sanções em caso de descumprimento de metas ambientais. Em diversas ocasiões, o líder brasileiro afirmou que essa carta adicional era “inaceitável” e representava uma “ameaça” ao bloco sul-americano. Segundo Méndez, a cúpula de líderes do Mercosul é uma “janela de oportunidades” para acelerar as negociações.
Por sua vez, o vice-presidente da Comissão Europeia, poder Executivo da UE, Valdis Dombrovskis, disse que o bloco continua “trabalhando intensamente” por um acordo.
As tratativas ganharam um novo sentido de urgência após a vitória do ultraliberal Javier Milei, crítico do Mercosul, nas eleições para presidente da Argentina. Afutura chanceler de Milei, Diana Mondino, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e defendeu a “importância de assinar” o acordo UE-Mercosul “o quanto antes”. (ANSA).