Na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, comentou a decisão do governo da Argentina, comandado pelo presidente Javier Milei, de retirar a delegação das negociações climáticas.
“É um processo que vai na contramão das exigências que o mundo está fazendo. Todas as sociedades estão pagando um preço muito alto da mudança do clima e cada país que se recusa a fazer o dever de casa está contribuindo para o agravamento dessa situação que prejudica a vida das pessoas, os sistemas agrícolas, os sistemas de produção industrial em todos os níveis”, disse.
Para Marina, a decisão do país, que também integra o Mercosul, não interferirá nas negociações climáticas na Cúpula de Chefes de Estado do G20, a ser realizada nesta semana no Rio de Janeiro. De acordo com a ministra, a Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima, em outubro, nos Estados Unidos, antecipou esse diálogo.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também lamentou a decisão do presidente argentino e condenou a visão negacionista. Segundo ele, a decisão de Milei é pessoal e pode ter efeitos econômicos para a própria Argentina. “Está nítido a questão das mudanças climáticas e a sua repercussão, inclusive na economia. Acabamos de ouvir agora que ela pode derrubar o PIB. Mas isso não vai mudar as relações de Estado, que não são pessoais” (ABr).