A maior parte das famílias brasileiras já sente mais de perto os efeitos da pandemia no dia a dia. Levantamento feito pelo IBRE/FGV aponta que 53,5% dos 1300 consumidores consultados afirmam que sua família sofreu algum tipo de impacto em seus trabalhos – quase metade desses (43,9%) ficou impedida de trabalhar em virtude do isolamento social. Os efeitos atingiram mais as famílias de menor renda, que ganham até R$ 2.100: 20,6% delas foram afetadas.
Outros 24,9% tiveram redução salarial proporcional à jornada de trabalho, 14,7% informaram que pelo menos um membro da família teve o contrato de trabalho suspenso, e 12,7% citaram que uma pessoa do núcleo familiar amargou a demissão. O resultado justifica a queda no consumo: 78,3% responderam que só estão comprando apenas produtos e serviços essenciais, percentual um pouco mais baixo que em abril (79,1%). Nesse quesito, as famílias mais pobres também sofrem mais: 89% delas consomem somente o essencial.
O estudo também consultou 2528 empresas com o objetivo de compreender como estavam se adaptando à nova fase de isolamento social. Em todos os setores, exceto no Comércio, a maioria afirmou ter adotado parcial ou integralmente o home office como uma das estratégias para enfrentar o período, adotado por 80,4% das indústrias, 68,6% das empresas prestadoras de Serviços e 59,6% das empresas de construção. No comércio, apenas 26,6% das empresas passaram a se utilizar deste artifício.
Ainda analisando o setor de Serviços, em que 45,8% das empresas reduziram o pessoal, os segmentos mais afetados foram os serviços de alimentação (64,7%), transporte rodoviário (57,5%) e serviços de alojamento (57,1%). Mas em outros setores, alguns segmentos reduziram seu quadro de funcionários com ainda maior frequência. Foram os casos de empresas produtoras de couros e calçados (68,3%), na indústria, e na construção de edificações não residenciais (61,9%) – (AI/FGV).