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Número de brasileiros endividados chega a maior nível desde 2010

em Economia
quinta-feira, 09 de janeiro de 2020

A tendência de alta do endividamento está associada à ampliação do mercado de crédito ao consumidor. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/Reprodução

O percentual de famílias com dívidas aumentou em dezembro, alcançando 65,6% e chegando ao maior patamar da série histórica da pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde janeiro de 2010. O resultado é maior do que os 65,1% observados em novembro e superior aos 59,8% aferidos em dezembro de 2018. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o resultado, apesar de ligar o sinal de alerta, não pode ser considerado negativo.

Como o endividamento não foi acompanhado de um aumento expressivo da inadimplência, os dados indicam uma dívida com responsabilidade e compatível com a renda das famílias. “A tendência de alta do endividamento está associada à ampliação do mercado de crédito ao consumidor, impulsionada por fatores como a melhora recente no mercado de trabalho e a redução das taxas de juros para patamares mínimos históricos”, afirma Tadros.

Outro dado que reforça o ponto destacado pelo presidente da CNC é a parcela média da renda comprometida com dívidas, que, apesar de ter aumentado no comparativo anual (29,7% contra 29,3%), recuou em dezembro para o menor patamar desde junho de 2019. “As parcelas estão menores, e as famílias têm conseguido se organizar para acomodar os pagamentos dentro do orçamento mensal”, endossa a economista da CNC responsável pela pesquisa, Marianne Hanson.

Apontado como o principal tipo de dívida pelas famílias, o cartão de crédito atingiu, em dezembro de 2019, seu maior patamar na série histórica: 79,8%. Em segundo lugar, aparecem os carnês (15,6%) e, em terceiro, o financiamento de carro (9,9%) – (GEC/CNC).