A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) seguiu avançando em julho. Com alta de 1,2%, o índice apurado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) alcançou 80,7 pontos, superando mais uma vez os resultados do mesmo mês nos dois anos anteriores, durante o auge da pandemia. Todos os indicadores da pesquisa apresentaram aumento; contudo, a maioria registrou desaceleração em relação a junho.
O destaque do levantamento ficou por conta do indicador Renda Atual, que apresentou o aumento mensal mais relevante da ICF, de 2,4%, e o segundo maior anual, de 23,5%. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o resultado foi impulsionado pelas famílias que ganham até dez salários mínimos, grupo que apresentou avanço de 2,6% nesse índice. “Os crescimentos sucessivos do rendimento real das famílias, apoiados pelas medidas de auxílio à renda, levaram à melhoria dessa percepção”, observa.
O indicador Nível de Consumo Atual apresentou o segundo maior crescimento mensal, de 2,1%, um avanço mais significativo do que o 1,2% registrado no mês anterior. Já esse incremento, segundo a análise, foi puxado pelas famílias com ganhos acima de dez salários mínimos, que, devido ao fato de possuírem mais recursos para compras não essenciais, contaram com um avanço de 2,9%. Por outro lado, o menor crescimento do mês ficou por conta do índice Perspectiva de Consumo, que avançou apenas 0,2% em relação a junho.
A economista da CNC responsável pela análise, Catarina Carneiro, estima que as famílias devem seguir mais cautelosas em suas compras nos próximos meses, principalmente a parcela com renda abaixo de dez salários mínimos, grupo que obteve a única queda mensal (0,1%) neste item. “Mesmo com o consumo atual avançando, o ambiente econômico com preços e juros mais altos motivou um cenário de moderação”, avalia.
Os indicadores relacionados ao mercado de trabalho se destacaram positivamente em julho. Emprego apresentou a maior pontuação do mês, 108,4, e Perspectiva Profissional apareceu em seguida, em nível satisfatório, algo que não ocorria desde abril de 2020, registrando 100,3 pontos. Os números também indicaram que a maioria dos consumidores (45,3%) apresentou perspectiva positiva para o mercado de trabalho no próximo trimestre, fato também inédito desde abril de 2020 (Gecom/CNC) (ABr).