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Haddad pede cautela em relação a PIB do primeiro trimestre

em Economia
quinta-feira, 01 de junho de 2023

Planejamento admite possibilidade de crescimento maior que estimativas. Foto: Valter Campanato/ABr

O crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) no primeiro trimestre está em linha com as projeções do Ministério da Fazenda, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Embora o número tenha vindo acima de estimativas do mercado financeiro, Haddad pediu cautela e disse que os dados foram inflados pelo desempenho do agronegócio.

O ministro pediu foco no desempenho da economia em 2024, para que o país possa iniciar o próximo ano criando empregos em um cenário provável de queda de juros. “Precisamos começar a pensar em 2024 para manter a economia gerando emprego. Precisamos ter clareza de que temos uma oportunidade muito boa, com inflação controlada e juros futuros caindo bastante sensivelmente”, declarou o ministro.

Segundo Haddad, a combinação de emprego e inflação em queda abre uma “janela importante” para o Banco Central (BC) reduzir os juros nos próximos meses. O ministro almoçou nesta quarta-feira com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em um compromisso não informado nas agendas dos dois.

Haddad evitou cravar o momento que considera ideal para que o BC comece a reduzir os juros básicos. “Minha opinião já é conhecida”, afirmou. Segundo ele, o Ministério da Fazenda está fazendo a sua parte com a aprovação do novo arcabouço fiscal e com o compromisso de reduzir o déficit primário (resultado negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública).

“O esforço fiscal continuará sendo feito até o fim do ano para garantir os resultados do novo marco fiscal. Tudo isso vai se combinando para entrarmos em um ciclo de desenvolvimento sustentável”, acrescentou o ministro. Haddad disse ter conversado com Campos Neto sobre uma possível mudança no regime de metas de inflação.

No próximo dia 29, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá a meta de inflação para 2026 e revelará se mantém as metas para 2024 e 2025, fixadas em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo (ABr).