Em janeiro, os ônibus que fazem o transporte público na cidade de São Paulo emitiram até 50% menos gases de efeito estufa e poluentes do ar do que em janeiro de 2016. A informação está no primeiro Boletim do Monitor de Ônibus São Paulo, que coleta dados sobre o sistema de transporte público. O boletim será divulgado a cada dois meses pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).
De acordo com o levantamento, as emissões de dióxido de carbono (CO2) caíram 57% na comparação com o mês de janeiro de 2016. Já as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) caíram 52% e, de material particulado, 71% na mesma base de comparação. Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2021, a oferta de ônibus na capital paulista caiu 36%. Já a velocidade média dos ônibus ficou 8% maior nesse período.
Isso, segundo o instituto, pode ser explicado pela queda no número de passageiros já que, com menos tempo de filas nos embarques, os ônibus diminuem o tempo de parada nos pontos. Além disso, o aumento da velocidade pode ter sido derivado também da queda de veículos próprios circulando pela capital durante a pandemia do novo coronavírus. Com os ônibus circulando com menos paradas ou menor congestionamento, os veículos acabaram emitindo menos gases de efeito estufa e poluentes do ar pelo escapamento.
Por isso, diz o boletim, investir em faixas exclusivas e corredores de ônibus pode ajudar a reduzir ainda mais as emissões de poluentes na cidade. “Os ônibus podem trafegar com maior fluidez e continuidade por meio de corredores ou mesmo faixas exclusivas, já que não competem por espaço viário com outros veículos, sobretudo com o automóvel. Dessa maneira, os ônibus ficam menos parados no trânsito e diminuem o intervalo médio de suas viagens, o que também reduz suas emissões atmosféricas”, disse Felipe Barcellos, pesquisador do Iema (ABr).