A falta de cursos de qualificação profissional e técnica é um obstáculo para a inclusão de jovens no mercado de trabalho, na avaliação de organizações da sociedade civil que trabalham nessa área. O estudo ‘Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras’ ouviu 34 entidades que atuam na inclusão produtiva de jovens. Para 67,6%, faltam oportunidades de qualificação e 58,8% acreditam que os cursos disponíveis não estão sintonizados com as vagas de trabalho existentes.
O estudo chama atenção para a necessidade de promover formação em carreiras que tenham projeção de crescimento. A pesquisa destaca as ligadas à economia verde, que buscam preservar ou restaurar o meio ambiente, como as funções técnicas voltadas a energia eólica e solar. Nesse cenário, 82,3% das organizações avaliam que as empresas não conseguem contratar jovens com a qualificação necessária para as vagas disponíveis.
A economia criativa, com atividades artísticas e culturais, é outro eixo com potencial de crescimento no futuro. É destacada também a economia do cuidado, que abrange carreiras ligadas a saúde, como enfermagem, incluindo de instrutores físicos a empregadas domésticas. A economia digital, com profissões ligadas ao processamento de dados, programação e inteligência artificial, é mais uma possibilidade apontada. Para 76,4% das organizações ouvidas, no entanto, os jovens estão mal informados sobre essas possibilidades de carreira conectadas com as necessidades que estão surgindo.
“A maioria dos jovens vulnerabilizados, não conhece as carreiras de futuro. Não têm nos seus projetos de vida, nos seus sonhos, nas suas referências de bairro, pessoas que possam falar ou negócios que sejam profissões do futuro”, diz a superintendente da Fundação Arymax, Vivianne Naigeborin, na apresentação do estudo. Nesse cenário, 82,3% das organizações avaliam que as empresas não conseguem contratar jovens com a qualificação necessária para as vagas disponíveis (Abr).