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Economia 31/12/2015 a 04/01/2016

em Economia
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Economia: inflação não chegava a dois dígitos desde 2002

Para 2016, a expectativa é de inflação menor, mas ainda alta.

Os consumidores enfrentaram em 2015 um forte aumento dos preços, principalmente os administrados pelo governo, como energia elétrica, gasolina, gás, transporte público e alimentos

Com esta alta, a inflação deve superar dois dígitos este ano, o que não acontecia desde 2002, quando ficou em 12,53%. A previsão do Banco Central (BC) é que o IPCA chegue a 10,8%, em 2015. Além do reajuste nos preços administrados e de alimentos, a inflação em 2015 foi impactada também pela inflação no setor de serviços, e pela alta do dólar.
O diretor da Anefac, Miguel de Oliveira, lembrou que a inflação alta ocorre em ambiente de retração da economia e do emprego. “É um conjunto de fatores: inflação alta, juros altos, desemprego e inadimplência crescendo. Então é um quadro extremamente desfavorável ao consumidor”, destacou. Para 2016, a expectativa é de inflação menor, mas ainda alta. Para o diretor da Anefac, a inflação em 2016 deve ficar em 6,9%. O BC projeta 6,2%.
“Pode ser pior porque temos uma retração que segura o aumento de preços, mas temos a questão do câmbio”, disse. Oliveira destacou que se o dólar continuar a subir muito no próximo ano, sobem os preços de produtos importados e dos fabricados no país, mas com insumos do exterior. Com as dificuldades de controlar a inflação, economistas defendem que a ação do BC está menos eficaz devido à deterioração das contas públicas. “Portanto, para maior eficácia da política monetária é essencial equilibrar as contas públicas de modo a permitir a convergência da inflação à meta de forma vertiginosa e menos onerosa à atividade econômica”, diz a CNI (ABr).

Engenharia industrial perde 263 mil postos de trabalhos

A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI), acaba de divulgar um balanço preocupante para a economia. Nos últimos dois anos, o setor fechou 263 mil postos de trabalho. Em 2013, o setor de engenharia industrial (que inclui engenharia, construção civil, fabricação, montagem e manutenção) empregava 446 mil profissionais; já no ano passado esse número caiu para 337 mil, um total de 109 mil demitidos.
Para Antonio Müller, presidente da ABEMI, o Brasil precisa de uma política industrial capaz de fortalecer a engenharia industrial nacional. “É necessário que sejam tomadas medidas para recuperar a capacidade de investimento no setor industrial e de infraestrutura. Sem novos projetos não há como gerar empregos e as empresas de engenharia de projetos, fabricação, construção e montagem foram obrigadas a demitir”, reforça.
A estimativa da associação é que até o fim de 2015 sejam computadas cerca de 154 mil demissões e que o número de colaboradores do setor fique em 183 mil. O segmento de serviço com maior déficit foi o de construção civil, com 193.875 empregos a menos – comparando a estimativa de 2015 com o ano de 2013.

Crédito Salário do BB cresceu 38,6% em 2015

A linha BB Crédito Salário atingiu desembolso recorde de R$ 14 bilhões ao longo do ano, superando em 38,6% todo o ano passado. Atualmente, existem 2,8 milhões de clientes com operações ativas. O saldo da carteira em dezembro de 2015, de R$ 19,4 bilhões, apresenta crescimento de 11% em relação aos últimos 12 meses.
“O que fazemos na prática é ofertar essa opção de forma proativa para que os clientes possam alongar suas dívidas e diminuir os custos do seu endividamento com o BB. Nosso objetivo é incentivar o uso do crédito com responsabilidade de forma totalmente alinhada com a nossa recente campanha de educação financeira”, afirma Raul Francisco Moreira, Vice Presidente de Negócios de Varejo do BB.
O crédito pode ser contratado com carência de até 180 dias, podendo ser pago em até 96 vezes. A linha está disponível aos correntistas que recebem o salário no BB e possuem empregadores conveniados. Atualmente, 11,2 milhões de clientes recebem salário no BB.

Valores contabilizados das pedaladas fiscais

Brasília – O Tesouro Nacional detalhou os valores contabilizados de passivos relativos às chamadas “pedaladas fiscais” junto ao Banco do Brasil, BNDES, FGTS e Caixa. O total foi de R$ 72,4 bilhões. O secretário interino do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira de Medeiros, ponderou que R$ 55,6 bilhões se referem aos passivos existentes até 31 de dezembro de 2014, tratados em decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
Outros R$ 16,8 bilhões, segundo o secretário, se referem a valores devidos em 2015, que não correspondem a pagamentos atrasados e foram inseridos no cálculo por transparência. Um total de R$ 12,2 bilhões contabilizados se referem ao passivo da União junto ao FGTS, sendo a totalidade correspondente a datas anteriores ao fim de 2014. Outros R$ 10,5 bilhões são relativos a adiantamentos concedidos pelo FGTS à União, com R$ 9 bilhões até 2014 e R$ 1,5 bilhão deste ano.
De acordo com o Tesouro, do total pago de R$ 72,4 bilhões, R$ 70,9 bilhões saíram dos recursos da conta Única do Tesouro. Desses, R$ 21,1 bilhões vieram de recursos de emissões de títulos realizadas anteriormente, sem a necessidade de emissão de novos títulos. R$ 49,8 bilhões são das demais fontes da conta única. O restante, no valor de R$ 1,5 bilhão devido ao BB, será acertado por meio de emissão direta de títulos sem necessidade de realização de leilões (AE).

Fluxo cambial é positivo em US$ 810 milhões

Brasília – Após ter registrado um saldo positivo de US$ 3,895 bilhões em novembro, o fluxo cambial de dezembro teve entradas líquidas US$ 810 milhões maiores do que as saídas até o dia 24. A informação foi divulgada pelo Banco Central (BC).
O envio de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 5,734 bilhões no período, resultado de entradas no valor de US$ 42,044 bilhões e de remessas no total de US$ 47,778 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 6,544 bilhões em dezembro até o último dia 24, com importações de US$ 10,021 bilhões e exportações de US$ 16,564 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 2,402 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 7,904 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 6,258 bilhões em outras entradas (AE).