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Economia 30/06/2017

em Economia
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Entre os segmentos devedores, as altas mais expressivas ficaram com os ramos de serviços.

Inadimplência das empresas cresceu 3,35% em maio

Entre os segmentos devedores, as altas mais expressivas ficaram com os ramos de serviços.

O número de empresas com contas em atraso e registradas nos cadastros de devedores cresceu 3,35% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado – trata-se da menor variação para os meses de maio desde 2011, ano de início da série histórica

Na passagem de abril para maio de 2017, houve um recuo de -0,16%. Os dados foram calculados pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
“Esse abrandamento do aumento do número de empresas negativadas ocorre depois de um período de forte crescimento da inadimplência. Isso tem acontecido por conta da maior restrição ao crédito e menor propensão a investir que trazem redução do endividamento”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “Para os próximos meses, espera-se que a atividade econômica se mantenha fraca e os empresários permaneçam cautelosos devido ao cenário de grande incerteza política, o que deve manter o crescimento da inadimplência das empresas em patamares discretos”.
Outro indicador também mensurado é o de dívidas em atraso. Neste caso, o crescimento foi menor, com uma alta de 1,04% na comparação anual. Seguindo a mesma tendência que o número de empresas devedoras, o resultado de maio permanece em nível baixo em comparação à média histórica, representando a menor variação de toda a série do indicador. Na comparação mensal, na passagem de abril para maio, a variação negativa foi de -0,22%.
Entre os segmentos devedores, as altas mais expressivas ficaram com os ramos de serviços (6,31%) e agricultura (5,23%), seguidos pela indústria (2,72%) e empresas que atuam no setor de comércio (1,90%). Já o setor credor que apresentou o maior crescimento das dívidas de pessoas jurídicas são as empresas do ramo do comércio (6,17%), seguidas das indústrias (5,50%). Já o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras, apresentou a primeira queda desde o início da série histórica, ainda que discreta (-0,44%). O segmento de agricultura registrou um forte recuo, de -16,16% (SPC/CNDL).

Índice de expansão do comércio ficou estável em junho

A tendência de retomada da economia, com as reformas e os ajustes (aprovados ou em via de aprovação), fica postergada.

Após três altas consecutivas neste ano, a propensão dos empresários do comércio a expandir seus negócios ficou praticamente estável em junho, após a eclosão de uma nova crise política em meados de maio. O Índice de Expansão do Comércio (IEC) atingiu 91 pontos em junho, ante os 91,5 pontos registrados no mês anterior, uma leve queda de 0,4%. Na comparação com junho de 2016, quando o indicador registrava72,6 pontos, houve alta de 25,4%.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, que mensalmente realiza essa pesquisa, a tendência de retomada da economia, com as reformas e os ajustes (aprovados ou em via de aprovação), fica postergada. Diante desse cenário de incertezas, os empresários do varejo entraram em “compasso de espera” para avaliar a situação, que ainda não está clara. Com isso, a expectativa de contratação de funcionários caiu 2,4%, passando de 112,6 pontos em maio para 109,9 pontos em junho, mantendo-se dentro da zona de satisfação.
Na comparação com junho de 2016, quando a expectativa estava em 86,3 pontos, houve um crescimento de 27,3%. Já o nível de investimento das empresas subiu de 70,4 pontos em maio para 72,2 pontos em junho, alta de 2,6%. Em relação ao mesmo mês de 2016, quando o item registrou 58,9 pontos, a alta foi de 22,6%. Para a Federação, os resultados ainda são melhores que os de 2016 em função do cenário econômico que vinha se normalizando até então. O resultado de junho indica que a tendência de retomada pode sofrer reveses nos próximos meses, caso a atual situação política demore a se definir (FecomercioSP).

Queda da arrecadação faz Governo Central registrar déficit recorde

A queda da arrecadação e o crescimento de gastos obrigatórios, principalmente da Previdência Social, fez o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar o maior déficit primário da história para meses de maio. No mês passado, o resultado ficou negativo em R$ 29,371 bilhões, rombo 83,2% maior que o déficit de R$ 15,478 bilhões registrado em maio do ano passado em valores corrigidos pelo IPCA.
O déficit primário é o resultado negativo nas contas do governo sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública. Com o desempenho de maio, o déficit primário, que até abril vinha caindo, voltou a subir no acumulado do ano. No acumulado de 2017, o Governo Central registra resultado negativo de R$ 34,984 bilhões, contra déficit de R$ 23,716 bilhões registrados nos cinco primeiros meses do ano passado. Esse também é o pior resultado para o período.
Os números de maio indicam uma reversão da trajetória das contas federais. Em abril, o Governo Central tinha registrado o maior superávit primário para o mês em três anos, impulsionado pelo pagamento do IRPF e pela arrecadação de royalties de petróleo. Nos cinco primeiros meses do ano, as receitas líquidas caíram 3,3%, descontada a inflação, mas as despesas totais acumulam recuo menor: 1,1%, também considerando o IPCA. Até abril, as despesas vinham caindo mais do que as receitas líquidas.
Em relação às despesas, a alta foi puxada pela Previdência e pelo funcionalismo público (ABr).

Caixa começa a liberar crédito do Plano Safra na próxima semana

A Caixa Econômica Federal informou ontem (29) que disponibilizará mais de R$ 10 bilhões para o ano safra 2017/2018, que começa em 1º de julho. O crédito estará disponível em linhas com recursos obrigatórios, livres e do BNDES. A maior parte dos recursos será para custeio da produção agrícola.
Os agricultores interessados poderão apresentar suas propostas nas agências da Caixa a partir da próxima quarta-feira (5), quando o banco já estará apto a contratar as operações com as condições do Plano Safra 2017/2018 para produtores rurais e cooperativas.
Os empréstimos obedecerão às novas regras do Plano Safra. Os recursos dos depósitos à vista foram direcionados para o crédito de custeio e houve alteração no limite de contratação, permitindo que o produtor contrate a totalidade do limite de R$ 3 milhões em qualquer momento do ano. As taxas de juro do custeio agrícola e pecuário foram reduzidas em um ponto percentual, para 8,5% ao ano.
Para agricultores com faturamento bruto anual máximo de R$ 1,76 milhão, que se enquadram no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), os juros serão de 7,5% ao ano. Segundo a Caixa, gerentes especializados atuarão regionalmente para atender melhor aos produtores (ABr).