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Economia 29/06/2018

em Economia
quinta-feira, 28 de junho de 2018
Desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros irá se refletir na inflação.

Greve dos caminhoneiros fará inflação acelerar este mês

Desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros irá se refletir na inflação.A inflação em junho deve se acelerar sob o efeito da crise de desabastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros no fim de maio

Entretanto, por conta da lenta recuperação da atividade econômica, a inflação deve terminar este ano em um patamar baixo, segundo avaliou o Banco Central (BC), no Relatório de Inflação, divulgado ontem (28), em Brasília.
Segundo o BC, de junho a agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve registrar alta de 1,06%, 0,27% e 0,20%, respectivamente. Em maio, a inflação ficou em 0,40%. “A expressiva aceleração projetada para a inflação mensal de junho repercute a intensificação dos efeitos da paralisação no setor de transporte de carga sobre os preços de alimentos e combustíveis e a da mudança de bandeira tarifária [de energia elétrica]”, diz o relatório.
Nos meses seguintes, avalia o documento, a despeito dos efeitos defasados da alta do dólar observada desde o fim de abril e do aumento projetado para passagens aéreas em julho, o BC espera por taxas de inflação mais baixas. Segundo o Banco Central, isso deve ocorrer em razão da reversão dos efeitos do desabastecimento gerado pela greve dos caminhoneiros, o período favorável dos preços de alimentos e a elevada ociosidade da produção no país.
Segundo o BC, para o ano, apesar da aceleração projetada no curto prazo, a retomada da atividade econômica em ritmo mais gradual deve contribuir para a “manutenção da inflação em patamar reduzido”. De acordo com o relatório, a previsão para a inflação neste ano ficou em 4,2%, abaixo da meta de 4,5%. A meta tem intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ABr).

Incerteza da Economia tem maior nível desde janeiro de 2017

A greve dos caminhoneiros colocou em cheque a recuperação da economia.

O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 10,1 pontos de maio para junho, atingindo 125,1 pontos em uma escala de zero a 200. Esse é o maior nível desde janeiro de 2017 (125,4 pontos). Com o resultado, o indicador manteve-se na região de incerteza elevada (acima de 110 pontos) pelo quarto mês consecutivo.
De acordo com a FGV, a greve dos caminhoneiros gerou pressão inflacionária, aumento da volatilidade no mercado de ações, queda do então presidente da Petrobras, Pedro Parente, e “colocou em cheque a recuperação da economia”.
A alta foi percebida em seus três componentes, com destaque para a expectativa, calculado a partir das previsões dos analistas econômicos para taxa de câmbio e inflação oficial, que subiu 21,5 pontos.
O componente de mercado, baseado na volatilidade do mercado acionário, cresceu 10,3 pontos. Já o componente mídia, medido com base na frequência de notícias com menção à incerteza que saem na imprensa, subiu 4 pontos (ABr).

Recuou o Índice de Confiança do Consumidor

A paralisação dos caminhoneiros, e a consequente crise de abastecimento que se espalhou pelo Brasil, gerou efeitos negativos sobre o humor dos consumidores paulistanos. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 8,4%, ao passar de 113,5 pontos em maio para 104 pontos em junho. Foi a maior queda na comparação mensal desde maio de 2015 e, com isso, o ICC atingiu o menor patamar desde novembro do ano passado. Em relação a junho de 2017, o indicador registrou alta de 3,9%. A pesquisa é elaborado pela FecomercioSP e a escala de pontuação varia de zero a 200 pontos.
Os dois quesitos que compõem o indicador recuaram na passagem de maio para junho. O Índice das Condições Econômicas Atuais registrou queda de 7%, ao passar de 83,8 pontos em maio para 77,9 pontos em junho. Em relação a junho do ano passado, houve elevação de 10,1%. O Índice das Expectativas do Consumidor caiu 9%, ao passar de 133,3 pontos em maio para 121,4 pontos em junho. No comparativo anual, o índice ainda registrou alta de 1,5%.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os resultados mostram que o receio dos efeitos da crise do abastecimento se abateu, de forma imediata, sobre os consumidores e alterou a visão de curto prazo. O cenário futuro também foi avaliado de maneira negativa, já que havia uma evidente desconfiança na capacidade do governo de solucionar a crise e dúvidas sobre como serão os próximos meses até o fim do mandato (AI/FecomercioSP).

IGP-M acumula inflação de 6,92% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel, registrou inflação de 1,87% em junho, taxa superior ao 1,38% de maio. Segundo dados divulgados ontem (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador acumula taxas de 5,39% no ano e de 6,92% em 12 meses.
A alta do índice foi provocada por aumentos nas taxas de inflação dos três subíndices que o compõem. O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o atacado, subiu de 1,97% em maio para 2,33% em junho.
O Índice de Preços ao Consumidor, que acompanha o varejo, subiu de 0,26% em maio para 1,09% em junho. Já a inflação do Índice Nacional de Custo da Construção passou de 0,30% em maio para 0,76% em junho (ABr).