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Economia 22/01/2016

em Economia
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Arrecadação do governo registrou queda de 5,62% em 2015

O aumento de tributos e receitas extras não compensaram a arrecadação menor.

A arrecadação de tributos chegou a R$ 1,221 trilhão, no ano passado. De acordo com a Receita Federal, o resultado apresentou queda de 5,62%, na comparação com 2014

Somente em dezembro, a arrecadação totalizou R$ 121,502 bilhões, com queda real de 4,32%. Corrigida pela inflação, a arrecadação chegou a R$ 1,274 trilhão, no ano passado – o menor resultado desde 2010, quanto totalizou R$ 1,152 trilhão.
O aumento de tributos e receitas extras não compensaram a arrecadação menor, em um ano de recessão econômica. Em 2015, a arrecadação extraordinária somou R$ 13,1 bilhões, formada por R$ 4,6 bilhões de transferências de ativos entre empresas, R$ 1 bilhão de remessas para remessas a residentes no exterior, em razão de alienação de ativos, e R$ 7,5 bilhões de recuperação de débitos em atraso.
Segundo a Receita, o principal fator que contribuiu para a redução da arrecadação em 2015 foi a realização de parcelamentos em 2014 que não se repetiram em 2015, como o Refis da Copa – reabertura de programa especial de negociação de dívidas. No ano passado, foram arrecadados R$ 21,441 bilhões, com os parcelamentos especiais, contra R$ 35,826 bilhões, em 2014. A queda real ficou em 44,78%.
Também contribuíram para a redução na arrecadação as desonerações tributárias. No ano passado, o governo deixou de arrecadar R$ 103,262 bilhões, devido às desonerações. As maiores perdas vieram da desoneração da folha de pagamento (R$ 24,149 bilhões) e da ampliação de setores da economia no Simples (R$ 11,577 bilhões). A queda na lucratividade das empresas reduziu a arrecadação de IRPJ e da CSLL, que totalizou R$ 183,547 bilhões, uma redução de R$ 29,440 bilhões em relação a 2014. Descontada a inflação, a queda na arrecadação chegou a 13,82%.

Bancos se unem para criar empresa de análise de crédito

O objetico é a queda de spreads e da inadimplência.

O Banco do Brasil, Bradesco, a Caixa, o Itaú Unibanco e Santander se uniram para criar uma empresa gestora de inteligência de crédito, que permitirá ao setor bancário e demais instituições da área aprimorar a capacidade de análise e gestão de suas carteiras de empréstimos, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas (empresas). A expectativa é que serão necessários quatro anos para a estruturação tecnológica e geração de dados que viabilizem a operação da empresa gestora.
A informação foi divulgada ontem (21) pela Febraban. Com a autorização prévia dos clientes, as instituições repassarão dados cadastrais e de crédito de pessoas físicas e jurídicas à gestora de inteligência, que formará um perfil desses clientes. “Em longo prazo, a criação da gestora proporcionará melhores condições na oferta e maior agilidade na liberação de operações de crédito com prazos e parcelas mais adequados à capacidade de pagamento e ao perfil de cada cliente”, destacou a federação.
A Febraban acrescentou que a expectativa é de que a empresa gestora e o consequente aperfeiçoamento da análise e gestão do crédito contribuam, no futuro, para a queda de spreads, da inadimplência e do superendividamento de clientes (ABr).

Mercado prevê déficit de R$ 68 bi nas contas públicas de 2016

Instituições financeiras, consultadas pelo Ministério da Fazenda, esperam que o déficit primário do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) termine este ano em R$ 68,23 bilhões. A projeção consta na segunda edição da pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Em dezembro, a projeção de déficit primário (despesas maiores que as receitas, desconsiderados gastos com juros da dívida) era R$ 53,07 bilhões. Para 2017, a estimativa de déficit é menor: R$ 30,87 bilhões.
O resultado está bem distante da meta para este ano que é de superávit primário, receitas maiores que despesas, excluídos gastos com juros, de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) ou R$ 24 bilhões.
A projeção das instituições financeiras para a arrecadação federal, este ano, passou de R$ 1,3 trilhão para R$ 1,29 trilhão. Para 2017, a estimativa é R$ 1,4 trilhão.
A estimativa para a receita líquida do governo central é R$ 1,11 trilhão este ano e R$ 1,2 trilhão, no próximo ano. A expectativa para as despesas é R$ 1,18 trilhão, este ano, e R$ 1,25 trilhão, em 2017. A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do governo central, que na avaliação das instituições financeiras deve chegar a 74% do PIB, este ano, a mesma projeção divulgada em dezembro. Para 2017, a estimativa mudou de 77% para 78,1% do PIB (ABr).