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Economia 18/01/2018

em Economia
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
As 23 principais commodities exportadas responderam por 77% do aumento das exportações e representaram 52% do total exportado.

Balança comercial teve superávit recorde em 2017

As 23 principais commodities exportadas responderam por 77% do aumento das exportações e representaram 52% do total exportado.

O Brasil registrou em 2017 superávit recorde de US$ 67 bilhões na balança comercial, de acordo com o Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgado ontem (17), pelo Instituto Brasileiro de Economia de Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV)

O resultado foi puxado por um aumento de 17,6% nas exportações; acima dos 9,6% das importações. De acordo com a FGV, porém, em 2018, o superávit deve ser menor, “com aumento das importações e menor crescimento das exportações”.
Em volume, as exportações aumentaram 9,4%, lideradas pelo setor agropecuário, com expansão de 24,3%. Os preços, de maneira geral, cresceram 9,5%, com destaque para a indústria extrativa, que aumentou de 34%. As 23 principais commodities exportadas pelo país responderam por 77% do aumento das exportações de 2016 para 2017 e representaram 52% do total exportado no ano passado. Já as exportações de não commodities experimentam crescimento inferior ao das commodities atingindo 8,8%, em valor.
O bom desempenho das commodities é explicado tanto pelo aumento de 13,8% nos preços quanto pelos 10,5% relativos à expansão em volume, entre 2016 e 2017. Já as importações de bens de capital da indústria de transformação continuam a trajetória de queda iniciada em 2014. O setor agropecuário que seguia a mesma tendência, aumenta suas importações de bens de capital em 2017 em 39,7%, neste caso, puxado pela safra recorde de grãos do ano passado.
Também as importações de bens intermediários pela indústria de transformação, que estavam em queda desde 2013, voltaram a crescer fechando 2017 com expansão de 7,4% – o que, na avaliação dos economistas da FGV, “confirmam a recuperação da indústria”. A pesquisadora do Ibre, Lia Valls, confirma a projeção de um aumento menor no superávit para 2018. “[Em 2017], a recuperação se deu em comparação aos níveis baixos de 2015/2016, em especial para o minério de ferro e o petróleo”, destacou (ABr).

O ano começou com alta de 4,3% no movimento do comércio

As comercializações a prazo subiram 10,6%, beneficiadas pelas liquidações de bens duráveis.

O ano começou bem para o comércio da capital paulista. Dados do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revelam que o movimento cresceu em média 4,3% na primeira quinzena de janeiro de 2018 em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Dezembro terminou com um avanço de 4,5% e agora quase atingimos esse patamar. O varejo apresenta um crescimento consistente, irreversível, mas que, por outro lado, ainda não consegue recuperar as perdas passadas”, analisa Alencar Burti, presidente da ACSP. Nas duas primeiras semanas de janeiro de 2017, as vendas decaíram 6,8% frente ao mesmo período do ano anterior.
O aumento médio de 4,3% apontado pelo primeiro balanço do ano não foi generalizado. As comercializações a prazo subiram 10,6%, beneficiadas pelas megaliquidações de bens duráveis realizadas por redes varejistas na primeira quinzena de janeiro. “Não podemos projetar esse desempenho para o resto do mês porque a segunda metade do mês não terá tantas promoções”, diz Burti.
Já as vendas à vista caíram 2%. O tempo instável e chuvoso no início do ano inibiu a frequência de consumidores em lojas de produtos de menor valor como calçados, roupas e adereços. Se as condições meteorológicas melhorarem, as vendas podem melhorar nas próximas semanas. Por outro lado, o presidente da ACSP lembra que o feriado de 25 de janeiro poderá provocar oscilações nos indicadores de vendas. O Balanço de Vendas é baseado em amostra fornecida pela Boa Vista Serviços (AI/ACSP).

Demanda do consumidor por crédito cresce 4,9% em 2017

De acordo com o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de pessoas que buscou crédito avançou 4,9% no ano de 2017. Foi o melhor resultado dos últimos seis anos e o quarto melhor de toda a série histórica iniciada em 2008.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, o crescimento da renda real determinada pelo recuo acentuado da inflação no ano passado, a recuperação gradativa dos níveis de confiança dos consumidores e a contínua retração das taxas de juros com a concomitante expansão da oferta de crédito impulsionaram a demanda do consumidor por crédito em 2017, especialmente para a população da baixa renda.
No ano de 2017, a procura do consumidor por crédito cresceu 15,2% para quem recebe até R$ 500 por mês; 4,6% para quem ganha entre R$ 500 e R$ 1.000; e 3,2% para quem recebe entre R$ 1.000 e R$ 2.000. A demanda por crédito acumulada no período de janeiro a dezembro de 2017 subiu 3,6% para quem ganha entre R$ 2.000 e R$ 5.000 por mês, e se expandiu 4,1% para os que recebem entre R$ 5.000 e R$ 10.000 por mês. E para quem recebe mais de R$ 10.000 mensais houve alta de 4,4% na demanda por crédito no ano de 2017 (Serasa Experian).

Indústria paulista teve menor fechamento de vagas

A indústria de São Paulo teve 35 mil postos de trabalho fechados em 2017. Foi o melhor resultado desde 2011 (quando registrou saldo de – 1.500), sendo consequência de um menor fechamento de postos em relação aos anos anteriores. Os números fazem parte da Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, realizada pela Fiesp e pelo Ciesp.
A variação acumulada do ano foi de – 1.62%, sem ajuste sazonal. Já a variação apontada para o mês de dezembro de 2017, quando foram fechadas 33 mil vagas, foi de -1,53 em relação a novembro, também sem ajuste sazonal. Para entender o impacto dos números atuais no que se refere ao emprego na indústria paulista, basta dizer que, entre 2014 e 2016, foram fechadas, em média, 173 mil vagas por ano, ante os 35 mil postos perdidos em 2017. Um desempenho puxado pela retomada da produção industrial (AI/Ciesp-Fiesp).