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Economia 15/09/2017

em Economia
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Em torno de 25,6% dos paulistanos disseram ter entre 11% e 50% de sua renda comprometida com dívidas.

Proporção de famílias paulistanas endividadas cresceu em agosto

Em torno de 25,6% dos paulistanos disseram ter entre 11% e 50% de sua renda comprometida com dívidas.

Em agosto, 53,4% das famílias declararam ter algum tipo de dívida, aumento de 2,8 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com julho, quando 50,6% afirmaram estar na mesma situação

É a maior proporção desde setembro de 2015, quando a parcela de famílias endividadas atingiu 54,7%. No comparativo com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 1,9 pp. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada mensalmente pela FecomercioSP. Em comparação com agosto de 2016, houve um aumento de quase 90 mil no número de famílias endividadas, ao passar de 1,980 milhão para 2,070 milhões.
Na segmentação por renda, o endividamento foi maior entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, proporcionalmente às famílias de renda mais alta. Para o primeiro grupo, o porcentual de endividados em agosto foi de 58,1%, alta de 2,4 p.p. em relação ao mês anterior. Para as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de endividados foi de 39,7% em agosto, alta de 4,1 p.p. em relação a julho (35,6%).
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, após ter permanecido estável em maio e junho e ter caído em julho – provavelmente em razão dos recursos extras das contas inativas do FGTS -, a proporção de famílias com contas em atraso voltou a subir em agosto, atingindo 19,5%, alta de 1,4 p.p. em relação ao mês anterior e leve queda em relação a agosto do ano passado, quando registrou 19,9%.
Em torno de 25,6% dos paulistanos disseram ter entre 11% e 50% de sua renda comprometida com dívidas. Para 26,8% das famílias, o comprometimento é menor que 10%, enquanto que para 18,4% dos endividados, o pagamento de dívidas compromete mais de 50% de sua renda. A ocorrência de contas em atraso é maior entre as famílias com menor renda, proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. O principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, utilizado por 71% das famílias endividadas. Em seguida, estão: carnês (14,6%), financiamento de casa (12%), crédito pessoal (11,8%), financiamento de carro (11,2%), cheque especial (6,8%) e crédito consignado (4,8%) (Fonte: AI/FecomercioSP).

Para 40% dos consumidores, vida financeira está ruim

A consolidação da melhora da confiança dependerá da retomada econômica no segundo semestre.

Pelo segundo mês consecutivo, a confiança do consumidor voltou a crescer e atingiu 42,3 pontos em agosto, ante os 41,4 pontos em julho. Os dados do Indicador de Confiança do Consumidor, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostram que o consumidor brasileiro segue cauteloso: 40% avaliam sua vida financeira como ruim e apenas 12% como boa – já para a avaliação da economia, o percentual dos que acreditam estar ruim sobe para 79% e o de otimistas apenas 3%.
“Em geral, os consumidores tendem a ser mais otimistas ao tratar da própria vida financeira do que ao tratar da economia do país. Porém, nem sempre o otimismo possui justificativas sólidas”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “A consolidação da melhora da confiança dependerá da retomada econômica no segundo semestre. Diversos indicadores econômicos já apontam alguma melhora, como é o caso da inflação, dos juros e mesmo da atividade econômica. Isso ainda não se reflete, todavia, no dia-a-dia do consumidor”, avalia.
Os dados mostram que entre aqueles que avaliam o clima econômico como ruim, os principais sintomas são o desemprego (49%), o aumento dos preços (25%) e as altas taxas de juros (8%). Já quando se trata de responder sobre a própria vida financeira, o orçamento apertado e a dificuldade de pagar as contas são as principais razões para considerar a vida financeira ruim, apontadas por 36% desses consumidores. Mencionam também o desemprego (32%), a queda da renda familiar (17%), a perda de controle financeiro (5%) e imprevistos (4%). Apenas 21% dos consumidores estão otimistas com o futuro da economia
Se o custo de vida incomoda, é nos supermercados que os consumidores mais percebem o aumento dos preços: 75% notaram que os preços aumentaram nesses locais em agosto, em comparação ao mês anterior. Para 75%, também aumentaram as tarifas de combustíveis (em julho o percentual era de 41%). Ainda houve a percepção de aumento dos preços de roupas e calçados (50%), bares e restaurantes (47%) e telefone fixo/celular (46%) -(SPC Brasil/CNDL).

Atividade econômica abre o segundo semestre em alta

O Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) cresceu 0,3% em julho/17, já efetuados os devidos ajustes sazonais. Em relação a julho do ano passado, houve crescimento de 0,9% na atividade econômica neste primeiro mês do segundo semestre. No acumulado do ano até julho/17 o crescimento da atividade econômica foi de 0,1%.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, o resultado de julho/17 mostra que a economia brasileira, após ter superado a recessão, cravando dois trimestres consecutivos de crescimento (primeiro e segundo trimestres de 2017), prosseguiu na sua trajetória de recuperação na abertura da segunda metade do ano.
A inflação baixa e controlada, a continuidade da redução das taxas de juros, o início do processo de recuperação do emprego formal bem como do mercado de crédito, especialmente para as pessoas físicas, são elementos que estão influenciando a retomada do crescimento econômico (Serasa).

Inflação pelo IGP-10 ficou em 0,39% em setembro

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) ficou em 0,39% em setembro deste ano. A taxa, divulgada pela Fundação Getulio Vargas, é superior às registradas em agosto deste ano (-0,17%) e em setembro do ano passado (0,36%). Apesar da alta de preços em setembro, o indicador acumula deflações (quedas de preço) de 2,03% no ano e de 1,66% em 12 meses.
Os preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, tiveram inflação de 0,55% em setembro, ante deflação de 0,42% em agosto. O Índice Nacional de Custo da Construção também registrou inflação (0,35%) em setembro, acima da taxa de agosto (0,27%). No entanto, os preços no varejo, medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor, não registraram variação. Em agosto, havia sido registrada inflação de 0,34%.
O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência (ABr).