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Economia 07/02/218

em Economia
terça-feira, 06 de fevereiro de 2018
O ambiente atual está favorável à recuperação econômica, embora economistas avaliem que o crescimento estará concentrado no primeiro trimestre.

Mercado financeiro prevê queda da Selic para 6,75%

O ambiente atual está favorável à recuperação econômica, embora economistas avaliem que o crescimento estará concentrado no primeiro trimestre.

O Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) aposta em uma queda de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião do Copom, que termina hoje (7)

De acordo com os economistas do grupo, a taxa de juros permanecerá em 6,75% ao longo de 2018. Até então, a previsão era de que ocorresse nova elevação para 7% no fim deste ano.
“Com os resultados de inflação abaixo do esperado – e cenário favorável para a manutenção em um patamar baixo – o Banco Central ganhará espaço para postergar o aumento da taxa de juros para 2019, apesar dos sinais de retomada mais consistentes da atividade”, explica Fernando Honorato, vice-presidente do comitê da Anbima. O ambiente atual está favorável para a recuperação da economia. Entre os fatores mais relevantes, o grupo ressalta a melhora das condições financeiras no país, a liquidez internacional, e a trajetória positiva dos indicadores recentes de aumento da produção industrial e de redução do desemprego.
Parte dos economistas, entretanto, avalia que o crescimento estará concentrado no primeiro trimestre, já que as incertezas globais ou políticas poderão desacelerar o nível de atividade. A previsão de crescimento do PIB para 2018 manteve-se praticamente estável, passando de 2,8% para 2,9% em relação à ultima reunião do comitê. Apesar das incertezas com relação à aprovação da reforma previdenciária, houve uma melhora na percepção de curto prazo por conta do resultado do déficit primário do governo, situado abaixo da meta prevista.
Os economistas destacam a melhora dos indicadores nos Estados Unidos, sobretudo aqueles relacionados à atividade econômica e ao mercado de trabalho. Desta forma, a possibilidade de que a inflação possa chegar na meta de 2%, junto com o comunicado do FED reconhecendo a melhora do quadro econômico, mudou as apostas de parte dos analistas quanto à elevação dos juros norte-americanos, passando a previsão de três para quatro aumentos neste ano (Anbima).

Financiamento para compra de veículos fechou 2017 com alta de 22,9%

Com a melhoria do cenário econômico, o brasileiro voltou a investir na aquisição de bens de maior valor agregado.

O total de recursos liberados pelo sistema financeiro registrou alta de 22,9% em 2017 e atingiu a soma de R$ 101,1 bilhões. Esta foi a primeira vez, desde 2014, que o montante destinado às operações de financiamento e leasing superou a marca de R$ 100 bilhões. À época, o volume foi de R$ 111,2 bilhões. Na comparação com 2016, quando foram liberados R$ 80,2 bilhões, o crescimento no volume de negócios foi de 22,9%.
Isso comprova que os bancos de montadoras e instituições independentes possuem liquidez para atender a demanda do consumidor e oferecer crédito. Além disso, com a melhoria do cenário econômico, o brasileiro voltou a investir na aquisição de bens de maior valor agregado. “Esse resultado supera a nossa expectativa, que era de liberar R$ 90,6 bilhões. Depois de três anos de recessão, as vendas financiadas voltaram a crescer. Isso é reflexo da redução da taxa básica de juros e de outros indicadores econômicos, que garantem maior previsibilidade ao consumidor”, afirma o presidente da ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), Luiz Montenegro.
A redução da taxa média de juros também contribuiu para elevar a procura pelo crédito. De acordo com o último balanço divulgado pela entidade, as taxas de juros praticadas pelos bancos de montadoras foram de 18,85% ao ano e de 1,45% ao mês – as menores desde dezembro de 2014. Já os índices cobrados pelas instituições independentes foram de 22,2% ao ano e de 1,68% ao mês – mais baixos do que os cobrados há três anos, que foram, pela ordem, de 22,3% e 1,69%. Com a redução das taxas de juros e maior estabilidade econômica, o consumidor se sentiu mais confiante e foi às compras. Havia uma demanda muito reprimida pelo crédito”, avalia Montenegro (ANEF).

IGP-DI registra inflação de 0,58% em janeiro

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou inflação de 0,58% em janeiro deste ano. A taxa é inferior à registrada em dezembro de 2017 (0,74%), mas superior à observada em janeiro daquele ano (0,43%). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-DI acumula deflação (queda de preços) de 0,28% em 12 meses. O IGP-DI de janeiro foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 1º e 31 do mês de referência.
A queda da taxa entre dezembro de 2017 e janeiro deste ano foi provocada pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, que variaram apenas 0,58% em janeiro, depois de uma inflação de 1,07% em dezembro de 2017. Por outro lado, as taxas de inflação no varejo e na construção civil foram mais intensas em janeiro do que em dezembro. O Índice de Preços ao Consumidor passou de 0,21% em dezembro para 0,69% em janeiro. Já o Índice Nacional de Custo da Construção subiu de 0,07% para 0,31% no período (ABr).