Com a nova prorrogação da quarentena até o próximo dia 15, no estado de São Paulo, em razão da pandemia, e de portas fechadas há mais de 60 dias, os lojistas da Capital sentem fortemente os efeitos da interrupção das atividades e procuram formas de sobreviver. Segundo pesquisa do Sindilojas-SP (Sindicato dos Lojistas do Comércio SP), que representa mais de 30 mil empresas do comércio na cidade, 75% dos estabelecimentos buscaram linhas de crédito para suportar a crise, porém 60% dos pedidos não foram aprovados.
Ao todo foram entrevistadas 56 empresas entre os dias 19 e 26 de maio na capital, entre lojas de rua e de shoppings. Entre as instituições financeiras mais procuradas pela parcela de empresários que buscou crédito (42 empresas) estão os bancos Santander (11 pedidos de empréstimos), Bradesco e Caixa (8 pedidos cada), seguidos por Banco do Brasil (3 pedidos).
Metade das empresas afirmou que utilizou os mecanismos da MP que prevê redução de jornada e salários, para evitar demissões durante a pandemia. Dos que o fizeram, 17% reduziram em até 20%, e outros 14% dos entrevistados em até 40% a jornada de seus colaboradores, por períodos entre 2 e 3 meses. Em conjunto com a redução, 57% afirmaram que também tiveram de suspender uma parte dos contratos de trabalho.
A fim de diminuir o peso de uma das maiores despesas fixas no comércio, 61% dos lojistas consultados buscaram renegociar o aluguel dos seus pontos comerciais, em lojas de rua ou shoppings, sendo que 55% afirmaram ter conseguido redução com os proprietários de 50% no valor. Outra parcela, de 21%, obteve até 90% de desconto no período da pandemia, enquanto 12% conseguiram 30% de abatimento.
A interrupção repentina das atividades prejudicou sobretudo segmentos que só atuavam ou priorizavam as vendas presenciais. Tanto que, do total de entrevistados, 64% não usam delivery ou drive-thru, e 88% não vendem por plataformas de marketplace ou online, tendência que, segundo especialistas, se fixará no setor do comércio quando a pandemia passar (AI/SindilojasSP).