158 views 3 mins

CNC revisa para 9,2% projeção de queda no varejo em 2020

em Economia
quinta-feira, 09 de julho de 2020

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou para 9,2% a previsão de retração no volume das vendas no varejo ampliado, em 2020. No varejo restrito – que exclui os ramos automotivo e de materiais de construção –, a projeção de queda também diminuiu para 6,3%. As estimativas têm como base os dados positivos da pesquisa de maio, divulgada pelo IBGE. A queda do isolamento social e a adoção de estratégias de e-commerce ajudaram o varejo a repor parte das perdas impostas pelo novo coronavírus até o momento.

Com o início da flexibilização da quarentena, o setor deverá avançar também em junho. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, após chegar ao “fundo do poço”, o comércio mostra sinais de recuperação. “O setor deverá apresentar perdas menos acentuadas nos próximos meses. Contudo, a recuperação da atividade comercial ainda dependerá dos impactos da crise sobre variáveis condicionantes do consumo, como o mercado de trabalho, a oferta e a demanda de crédito e o nível de confiança dos consumidores”.

O volume de vendas no varejo avançou 13,9% em relação a abril. A alta, no entanto, foi insuficiente para o setor recuperar as perdas de março
(-2,8%) e abril (-16,3%). Foi o primeiro avanço em três meses, após fortes retrações em março (-14%) e abril (-17,5%). Todas as atividades pesquisadas registraram crescimento, com destaque para os segmentos considerados não essenciais, como tecidos, vestuário e calçados (+100,6%), veículos, motos, partes e peças (+51,7%) e móveis e eletrodomésticos (+47,5%).

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, até o fim de junho, os prejuízos do setor com a crise alcançaram R$ 240,8 bilhões. “As perdas mensais de faturamento em relação ao período anterior ao surto da doença se aproximaram de R$ 40 bilhões em março, atingindo, rapidamente, um pico de R$ 77,4 bilhões em abril. Desde então, o setor segue apresentando perdas menos intensas”, destaca Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo (Gecom/CNC).