A Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou de 5,6% para 5,9% a previsão de retração no volume de receitas do setor de serviços, em 2020. A estimativa tem como base os dados da pesquisa divulgada pelo IBGE. Confirmada a previsão, o setor terciário pode registrar o pior desempenho anual na série histórica da pesquisa, desde janeiro de 2011.
“Ao contrário de outros setores da economia, como o comércio, os serviços não apresentaram reação em maio”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
O volume de receitas do setor de serviços encolheu 0,9% em maio, em relação a abril, acumulando queda de 18,8% desde março. Os serviços voltados ao consumidor final, como aqueles prestados às famílias (+14,9%), e até mesmo as atividades de transportes (+4,6%) reagiram positivamente após atingirem o “fundo do poço” em abril. Contudo, serviços como os de informação e comunicação (-2,5%), além dos profissionais e administrativos (-3,6%), impediram o início da reação das atividades terciárias como um todo.
As atividades turísticas voltaram a apresentar crescimento em maio, após quedas históricas em abril, avançando 6,6%. Porém, de acordo com o economista da CNC Fabio Bentes, quando comparado aos demais setores da economia, o Turismo é o que se encontra mais distante do nível de atividade verificado antes da pandemia (-66% em relação a fevereiro deste ano). A CNC calcula que, em quatro meses, o segmento de turismo perdeu R$ 121,97 bilhões.
“A tendência é que o faturamento real do setor encolha 39% em 2020, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia somente no terceiro trimestre de 2023”, projeta o economista da CNC, Fabio Bentes. Entre as 21 principais atividades econômicas, os subsetores de alojamento e alimentação fora do domicílio, responsáveis por mais da metade (57%) da ocupação no Turismo, eliminaram 275,7 mil postos formais de trabalho entre os meses de março e maio, acumulando, naquele trimestre, uma retração de 13,7% no seu nível de ocupação (Gecom/CNC).